sábado, novembro 20, 2010

Fluminense: Mais de 400 mortos aptos a votar

Peter Siemsen e Júlio Bueno: candidatos a presidencia do Flu
Quando Nelson Rodrigues convocou os mortos a saírem de suas tumbas e torcerem pelo Fluminense não imaginava que anos depois eles também poderiam votar.
Dois sócios tricolores, Carlos Eduardo Rangel de Moura e José Adhemar Arraes Filho, entraram com um requerimento no Ministério Público do Rio na última quarta-feira solicitando que o órgão busque explicações do presidente Roberto Horcades e do presidente do Conselho Deliberativo, Carlos Henrique Mariz Moreira, a respeito de problemas no cadastro de sócios do clube. Segundo a petição enviada ao MP, existe uma diferença entre o número de sócios ativos – ou seja, aptos a votar – na lista de 2009 e o entregue aos candidatos em 2010.
No ano passado, o Fluminense assinou um Termo de Ajustamento de Conduta com o MP por causa do episódio que ficou conhecido como a 'farra dos ingressos', na final da Libertadores em 2008. Para selar o acordo, mandou uma lista dos cadastros ativos até 26 de novembro de 2009, um ano antes das eleições. Este ano, quando os candidatos à presidência do clube, Julio Bueno e Peter Siemsen, receberam a lista da direção do clube, ficou constatada diferença de 1800 nomes a mais. Moura e Arraes Filho pediram ao MP algumas semanas atrás a lista dada pelo Flu ano passado. De posse dela, viram a diferença com a lista entregue este ano aos candidatos. A partir daí, passaram a filtrar sócios tidos como 'ativos' que nasceram no início do século XX e descobriram, a partir de cruzamento de dados disponíveis na internet e em cartórios, mais de 400 pessoas comprovadamente mortas.
O requerimento foi endereçado ao Procurador Geral do Estado, que ainda não encaminhou para a promotoria competente.
No levantamento feito pelos sócios Carlos Eduardo Rangel de Moura e José Adhmar Arraes Filho estão pessoas nascidas entre 1900 e 1910 que constam ainda como termo 'ativo' em seus cadastros. Ou seja, hoje o Fluminense tem possíveis votantes, segundo o cadastro distribuído pela direção do clube, que nasceram ainda no século XIX e estariam com idades entre 100 e 110 anos.
Segundo dados da pesquisa do IBGE divulgados esse ano, a expectativa de vida média dos brasileiro é de 73,1 anos. Outro fato curioso observado pelos sócios é que no espaço destinado para os contatos telefônicos, ainda se observa números com apenas seis dígitos, que não são mais usados no Brasil.
O jornal Lancenet teve acesso a algumas certidões de óbito
http://www.lancenet.com.br/

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