terça-feira, novembro 02, 2010

Palocci e Dutra chefiam grupo de transição


A presidente eleita Dilma Rousseff definiu ontem os nomes que comandarão a transição de governo. Antonio Palocci será o coordenador técnico, e cuidará da passagem de bastão nos programas e demais iniciativas do Executivo. O presidente do PT, José Eduardo Dutra, será o coordenador político.
Sob sua batuta ficará a negociação com todos os partidos da base aliada. Ambos terão o apoio direto do deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP) e do ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, amigo de Dilma.
Dutra já marcou uma reunião nesta noite com o vice eleito Michel Temer (PMDB-SP). O evento marca a largada na fase das conversas sobre a montagem do governo.
O desenho preliminar da transição foi acertado na primeira reunião após a vitória de domingo. No QG dilmista, um seleto grupo do PT discutia ontem de manhã os passos iniciais dos próximos dias. Ali não havia representantes de outros partidos, fato que deixou enciumados peemedebistas que esperavam o convite para o primeiro encontro de trabalho.
A ausência de aliados no círculo decisório da campanha foi uma reclamação corrente tanto no primeiro quanto no segundo turno.
É para tratar das queixas e da divisão de espaço na Esplanada que Michel Temer vai ao encontro de Dutra. O vice quer saber qual papel terá sua legenda agora e no futuro governo. Moreira Franco, "embaixador" do PMDB na campanha, será indicado para uma vaga na transição se o desenho dilmista permitir a presença de aliados.
Temer é pressionado por setores do partido incomodados com o "tratamento de segunda classe". As reclamações têm potencial para dar dor de cabeça à presidente no curto prazo, fase crucial do pós-eleição. A disputa pelo comando da Câmara entre PT e PMDB -maior risco à tranquilidade de Dilma nesta etapa-estará no cardápio do encontro desta noite.
Dilma sai de cena hoje para descansar até domingo. A seguir, viaja com Lula para Seul, ocasião em que tratará de seu Ministério. Deixará no Brasil seus emissários encarregados de tocar a equipe. Ainda farão parte do grupo da transição Giles Azevedo (coordenador de agenda da campanha) e Clara Ant, responsável pelo banco de dados na época da campanha.
Apesar de serem os principais responsáveis pelos trabalhos, Palocci, Cardozo e Dutra não serão nomeados oficialmente na cota de 50 funcionários que a presidente eleita terá direito na transição. Para isso, os dois primeiros precisariam renunciar a seus mandatos de deputado federal. Dutra, licenciar-se da presidência do PT.
Os demais oito partidos que compuseram a coligação governista, inclusive o PT, serão ouvidos por Dutra a partir da próxima segunda. Ele também conversará com o PP e líderes do PTB que apoiaram a campanha na corrida presidencial e que terão espaço no governo.
As discussões internas do PT começam a partir da reunião de sua executiva, no final da semana que vem. Será formado um grupo para conduzir as conversas internas. Quando a presidente voltar da viagem à Ásia, as demandas dos partidos já estarão nas mãos da coordenação da transição. Ela, então, dará início às conversas formais.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po0211201014.htm

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