O empresário Silvio Santos terá que se desfazer de parte de seu patrimônio para cobrir o empréstimo de R$ 2,5 bilhões que evitou a liquidação do Banco PanAmericano, segundo informações divulgadas pelos jornais Valor Econômico e Folha de S.Paulo. De acordo com cálculos do Grupo Silvio Santos, o desempenho das empresas da holding não será suficiente para quitar a dívida em dez anos - a carência de três anos dada pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC) seria para não exigir a venda rápida e conseguir melhor preços.
A receita bruta das quatro principais empresas do grupo (SBT, Jequiti, Baú e Sisan) deve somar R$ 1,7 bilhão neste ano e, se tudo isso fosse vendido, não pagaria o empréstimo. Em 2009, o grupo dete receita bruta de R$ 4,7 bilhões e prejuízo de R$ 7,8 milhões. Todas as empresas de Silvio Santos foram colocadas como garantia pelo empréstimo. De acordo com o Valor, a rede de Lojas do Baú da Felicidade é a que tem mais interessados em um primeiro momento.
Entenda
O Banco Panamericano anunciou na última terça-feira que o Grupo Silvio Santos, seu controlador, iria aportar R$ 2,5 bilhões na instituição para restabelecer o equilíbrio patrimonial e a liquidez, após "inconsistências contábeis" apontadas pelo Banco Central. A autoridade monetária não forneceu detalhes, mas um processo administrativo de investigação vai apurar a origem e os responsáveis pelo problema de falta de fundos. A injeção de recursos no banco foi feita por meio do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que é uma entidade sem fins lucrativos que protege os correntistas, poupadores e investidores. São as instituições financeiras que contribuem com uma porcentagem dos depósitos para a manutenção do FGC - sem recursos públicos.
A holding do Grupo Silvio Santos colocou à disposição empresas como o SBT e a rede de lojas do Baú da Felicidade, entre outras, como garantia pelo empréstimo, que tem prazo de dez anos. Especializado em leasing e financiamento de carros, o PanAmericano teve 49% do capital votante vendido para a Caixa Econômica Federal em dezembro de 2009, por R$ 739,2 milhões.
O presidente do BC, Henrique Meirelles, a presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Ramos Coelho, e as empresas de auditoria que não verificaram o rombo devem prestar esclarecimentos à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Com autorização do BC, as atividades das lojas e o atendimento ao público continuam sem problemas, segundo a instituição.
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