segunda-feira, dezembro 20, 2010

'Público não quer ver gente perfeita na TV'


Desde que estreou na TV, em 2005 com The Closer, Kyra Sedgwick não conhece o que é ficar de fora dos principais prêmios da TV. Na última terça-feira, o nome da atriz apareceu, pela quinta vez, entre os indicados ao Globo de Ouro 2010, prêmio que venceu em 2007. Neste ano, a atriz também levou seu primeiro Emmy, após acumular outras quatro indicações. "Fico tão grata de ser convidada. Mas adoraria que meu elenco também ganhasse", disse Kyra em encontro com a imprensa internacional, do qual o Estado participou. "Se bem que no último SAG Award (prêmio do sindicato dos atores americanos para o qual foi indicada), fiquei meio assim: ‘Estou cansada de não ouvir meu nome’ (risos)"’, brinca, afastando falsa modéstia.
Nesta entrevista, Kyra fala da detetive Brenda Johnson, personagem que ela defende há seis temporadas – o 6.º ano da série estreia nesta quarta-feira, às 21h, no Space – e de quem terá de se despedir em 2011, ano já anunciado para o fim da série.

Tinha ideia de que a série poderia durar tanto?
Não. Fui atraída pela personagem e ainda hoje não tenho a menor ideia de como as coisas serão recebidas. Uma das melhores coisas é que realmente eu não tinha expectativas. No começo era só uma experiência. E agora adoro a personagem – sempre me fascino com ela, nunca sei como ela vai reagir às situações –, amo os atores com quem trabalho, acho a série importante. E fico longe de casa por tanto tempo, que se não fosse bem-sucedida, seria o inferno. Vivo na Costa Leste dos EUA, mas gravo aqui (em Los Angeles) por seis meses.

Brenda é tão corajosa e confiante. Você se parece com ela?
Sim... Mas acho que ela é melhor do que eu. É mais corajosa, costuma ser a chefona o tempo todo, sem blá-blá-blá. É muito clara sobre suas diretrizes. E acho que sofro daquela coisa do sexo feminino de tentar ver todos os lados de todo mundo em todo tipo de situação.

O que você gosta mais de fazer: cinema ou TV?
Essa é minha primeira tentativa na TV. Nunca me imaginei fazendo parte de algo por seis, sete anos. E ao conviver com um personagem por tanto tempo, você se aprofunda de um jeito, envelhece com o personagem. Tem sido um processo criativo surpreendente. Nunca teria isso num filme ou peça. Aliás, ouvi isso e vou roubar pra mim: "Com alguns personagens você namora, com outros você se casa". E este realmente é um casamento longo. E sabe que quando penso sobre personagens e séries de que gostava, foram os das séries policiais de que mais gostei e que me direcionaram para a TV.

E hoje, o que você gosta de assistir na TV?
Nurse Jackie. Sou obcecada pela Edie Falco. Eu a persigo nas premiações e digo: "Te amooo!" (risos). Sério. Fiz Vila Sésamo este ano e descobri que era gravado no mesmo lugar onde gravam Nurse Jackie. Aí, perguntei: ‘Posso ver a Edie?’ Foi engraçado, porque ela abriu a porta do camarim e ali ficou o tempo todo, não me convidou para entrar (risos) Ah! Também amo Dexter.

O que faz com que o público, mesmo após seis anos, continue tentando adivinhar o que Brenda vai fazer?
Meu objetivo ao interpretar essa personagem é que ela tinha de ser acessível. Em todas as séries que mencionei, vemos a vulnerabilidade, os conflitos e a natureza torturada do personagem. Todos nós podemos nos identificar. Eu sei que posso (risos). O público não quer ver pessoas perfeitas na TV. A gente quer se ver refletido. (Agestado)

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