HBO estreia dramédia da morte

Cathy (Laura Linney), uma reprimida professora americana de meia idade, sempre sonhou ter uma piscina no quintal. Seu casamento com o infantil Paul (Oliver Platt) está em crise. Seu filho Adam (Gabriel Basso), um adolescente malcriado, vive a lhe pregar peças, como fingir ser assaltante e cortar um dedo.
No dermatologista, Cathy recebe uma quase-sentença de morte: tem melanoma (câncer de pele) em estágio avançado. O médico lhe dá um ano e meio de vida.
Qualquer mulher como Cathy entraria em desespero. Ela não. Discute calmamente com o "doutor" algum tratamento ("O bom disso é que morrerei antes de ficar enrugada", diz numa consulta, destilando humor negro). Esconde a doença da família e passa a fazer coisas que nunca teve coragem de executar antes.
Resolve construir a piscina. Adia a conciliação com o marido. Corrompe e se alia à aluna gorda (interpretada por Gabourey Sidibe, de Preciosa), que antes a incomodava. Se reaproxima do irmão ecochato, sem-teto, que come restos por opção, motivo de zombaria na cidade _e de vergonha para Cathy. Enquadra o filho. Joga vinho no sofá. Queima o sofá. Pergunta ao dermatologista se seus seios são bonitos. E faz topless no quintal.
Assim começa The Big C (clique na imagem no alto e assista ao trailer), estreia de hoje, às 21h, na HBO.
O "C" do título vem do câncer da protagonista. Exibida nos EUA pelo canal Showtime (o mesmo da também suburbana The Weeds), The Big C é uma "dramédia", mistura de comédia com drama _ou uma "comédia da morte", como a própria se anuncia no primeiro episódio.
O programa foi considerado uma das melhores estreias da TV americana em 2010. Hoje à noite, concorre a dois Globo de Ouro (melhor série de TV de comédia ou musical e melhor atriz de série de comédia ou musical). Uma segunda temporada (de 13 episódios) já está confirmada.
The Big C, no entanto, tem um problema "grave": cada episódio dura só meia hora.