A partir da próxima terça-feira (22), a proposta de reforma política começa a ser debatida no Congresso e deve acabar com o atual sistema proporcional de eleição, dando lugar ao voto majoritário simples, inclusive considerado mais justo pela população. Com a mudança, quem tiver mais votos será eleito, sem a influência das coligações partidárias. Casos como o de Enéas (já falecido), que puxou com ele mais quatro deputados, inclusive Vanderlei Assis de Souza, com apenas 275 votos, não mais ocorrerão.
Na eleição mais recente, foi o palhaço Tiririca, com 1,3 milhão de votos, que ajudou a eleger candidatos bem menos votados, como Vanderlei Siraque (PT-SP), que somou 93 mil votos, menos que outros dez candidatos não eleitos. A mudança tornará inútil a figura do candidato puxador de votos, geralmente representado por algum político importante ou por celebridades. Tanto que a proposta do voto majoritário simples foi, ironicamente, apelidada de "Lei Tiririca". Para o vice-presidente Michel Temer, o sistema atual, em que as vagas são distribuídas conforme o número de votos recebidos pela legenda ou coligação, "é um pouco chocante". "Alguém que teve 128 mil votos não pode decidir em nome do povo, e quem teve 275 votos pode", diz Temer (PMDB), defensor do voto majoritário simples.
"Os partidos não vão mais buscar nomes que possam trazer muitos votos, nem vão procurar um grande número de candidatos para fazer 2,3 mil votos ou menos, só para engordar o coeficiente eleitoral", acrescentou. Se aprovada, a "Lei Tiririca" tornará inúteis as coligações partidárias nas eleições proporcionais. Na nova regra, uma aliança partidária não produz qualquer efeito.
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