quarta-feira, março 02, 2011
CRÍTICA: A difícil equação das novelas
Se as novelas estão cavando novos caminhos, esta já é uma indicação de que o gênero continua vivo e disposto. Os autores andam experimentando bastante. “Passione”, por exemplo, teve um ritmo a princípio vertiginoso. Como muita gente não entendeu, lá pelo terço final, Silvio de Abreu teve que pisar no freio e recontar sua história. De qualquer forma, valeu a tentativa.
Hoje já não é possível segurar o público num abraço firme com apenas uma trama central. É preciso surpreender e ainda por cima alimentar a curiosidade do internauta, saber transitar em várias mídias. Não é simples. Muitos autores dizem inspirar-se nos seriados americanos, que não desperdiçam sequer uma cena com faits divers. O fato é que os seriados não duram meses nem têm capítulos diários, como as novelas brasileiras. Quem escreve folhetins ainda busca a equação certa entre ação e suor diário.
No caso de “Insensato coração”, Gilberto Braga e Ricardo Linhares apostaram em elencos móveis, além daquele central que está desde o início e vai com a história até seu desfecho. Vimos entrar e sair Fernanda Machado, Hugo Carvana, Susy Ribeiro e Tuca Andrada. Recentemente, apareceram Tarcísio Meira, Isabella Garcia, Cássio Gabus Mendes, Ana Beatriz Nogueira e Herson Capri. Esta movimentação, entretanto, por si, não é capaz de provocar marola se faltar história.
E a história anda bem arrastada. Anteontem, num único capítulo, Carol (Camila Pitanga) ouviu três vezes um conselho igual (contar a André que está grávida). Na mesma noite, vimos os empregados da casa de Vitória (Natália Timberg) se desentenderem. O motorista foi tema de duas cenas. Os biscoitos da empregada de $ão, de outra. Falando em Vitória, semana passada, ela também estrelou uma longa sequência em que organizava o placement na mesa de jantar.
Enquanto isso, Norma (Gloria Pires), personagem que eletriza sempre que aparece, mofa na cadeia. Pedro (Eriberto Leão) está provisoriamente atrás das grades. Torço para que ambos sejam logo soltos e que Léo (Gabriel Braga Nunes) maltrate o irmão e sofra com a vingança da ex-namorada. Com isso, a refeição na casa de Vitória ganhará sabor.
Gravou
José Dirceu gravou anteontem numa produtora em São Paulo seu depoimento para a novela “Amor e revolução”, de Tiago Santiago. Ele falou durante 70 minutos. Segundo o diretor Reynaldo Boury, “foi maravilhoso,tranquilo”.
‘Sei que eu sou...’
“Perigosa”(de Rita Lee, Roberto de Carvalho e Nelson Motta), cantada por Elza Soares, vai animar a abertura de “Lara com Z”. Como se sabe, o seriado de Aguinaldo Silva e Maria Elisa Berredo gira em torno da personagem de Susana Vieira.
Nota 10
Para “The good wife”, em fase de episódios inéditos no Universal. O seriado é incrível e a vida de Alicia (Julianna Margulies) está cada vez mais enrolada. Destaque também para Alan Cumming, cuja participação aumentou.
Nota 0
Para a cena de “Ti-ti-ti” anteontem, em que Luísa (Guilhermina Guinle) apareceu cortando os pulsos com cacos de vidro e com direito a sangue à vontade. Foi horrível, para que ser tão explícito? (Patricia Kogut)
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