O capixaba Wesley Schunk é de uma placidez comparável à de um lago. Fala pouco e baixo. Com níveis de agressividade desprezíveis, tornou-se um alvo. Durante o “BBB 11”, foi mandado para a linha de tiro inúmeras vezes por seus companheiros da casa. Na semana passada, acabou indicado até pela namorada, Maria.
No confessionário, diante dos 30 segundos que o programa franqueia para os emparedados defenderem sua permanência, ele elabora no máximo três frases (completas, mas meio lacônicas). No restante do tempo, sem assunto, mostra um sorrisinho infantil. Wesley não sabe se defender, nem precisa. A defesa dele simplesmente acontece, natural. Seu jeito inocente automaticamente atribui aos demais participantes um ar de vilania. Não deixa de ser uma estratégia, ainda que involuntária.
O “Big Brother 11” terá o final mais extraordinário da história caso o médico vença. Extraordinário, mas não surpreendente. Desde a estreia, faltou um favorito que se destacasse. Agora, existe a chance de alguém tão animado quanto uma batata ganhar R$ 1,5 milhão quase sem fazer força.
Se Wesley é paradão, os números provam que o espectador, ao contrário, tem estado participante. Os índices da TV foram menores que os da edição passada, mas todo mundo sabe que hoje a audiência está pulverizada em várias mídias. O “BBB”, mais que qualquer outro programa da TV brasileira, tem muita força na internet. Entre 11 de janeiro e 14 de março, seu site teve uma média diária de 4,2 milhões de visitas (num único dia alcançou 6,3 milhões de visitas). Este desempenho representou um crescimento de 4% em comparação ao “BBB 10”. Nesse mesmo período, as visitas acumuladas ultrapassam 264 milhões. Você pode imaginar o que seja isso? Muita coisa. A média diária de pageviews é de 32,7 milhões. Todo mundo que trabalha com internet se esforça para segurar o internauta. Pois o site do “BBB” tem uma média de sete minutos de navegação por visita. Em janeiro, foram 3,7 milhões de visitas diárias (entre os dias 11 e 31), 15% a mais que o “BBB 10” no mesmo período. Em fevereiro, eles tiveram 4,8 milhões, 10% a mais que a edição anterior.
Ou seja: sem grandes favoritos nem participantes especialmente proativos, o reality manteve alguém de prontidão: seu público.
Huck vai investir em empreendedores
Depois de reformar carros,casas e bandas,Luciano Huck vai investir em pequenos empresários. O “Caldeirão” lançará o quadro “Mandando bem”, que estimulará um negócio com ajuda para montar uma estrutura e um capital de giro de R$ 50 mil.
Luta cresce
O público que gosta de assistir a lutas é cada vez maior. O canal de pay per view Combate, que exibiu o embate entre Anderson Silva e Vítor Belfort, cresceu 41% em março (em relação a janeiro). Eles fecharam o mês com 137 mil assinantes.
...E mais
A Globosat poderá vir a transmitir eventos de luta em 3D, mas tudo depende do apetite das operadoras em distribuir este conteúdo. Já pensou? Seria algo com sangue na tela, tipo a série “Spartacus”.
Números 1
Estreia de anteontem na Globo, “Morde &assopra”, exibida das 19h27m às 20h30m, mar- cou média de 32 pontos com 52%de share. Mais que o primeiro capítulo de “Ti-ti-ti” e o de “Tempos modernos” (29).
Números 2
A Record teve média de nove pontos com 14% de share com aestreia de “Rebelde”, das 19h06m às 20h03m. A faixa antes vinha marcando sete pontos com a apresentação de “A turma do pica-pau”.
A coluna
Bem mais magro e disposto —com 95 quilos —, Jô Soares vem sofrendo, no entanto, com dores de coluna. No ar, ninguém nota. Ele entra no palco e rapidamente se senta, posição em que fica mais confortável.
Nota 10
Para a estreia de "Morde & assopra". O capítulo teve lindas sequências e a história se mostrou criativa a ponto de passar longe de uma possível associação com a tragédia do Japão.
Nota 0
Para a quantidade de shows de segunda linha no Globosat HD. O freguês fica esperando Paul McCartney, U2, sei lá, e eles mostram umas bandas de rap obscuras e ainda traduzem as letras, em geral desinteressantes. (Patrícia Kogut)
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