O problema da falta de remédios contra a Aids, que o governo federal distribui gratuitamente aos pacientes, vem se repetindo desde dezembro de 2009. Para entidades que representam os portadores do HIV, a maior preocupação é que essas falhas no abastecimento se tornem cada vez mais comuns até o ponto de prejudicarem o tratamento.
De acordo com o presidente do Fórum ONG/Aids de São Paulo, os problemas no abastecimento de medicamentos são recorrentes e começaram em dezembro de 2009, com a falta do antirretroviral Abacavir. Já em 2011, pacientes de algumas regiões – como interior de São Paulo, Paraíba e Rio Grande do Sul – acusaram falta do Atazanavir 300 mg.
Os antirretrovirais são substâncias que impedem a multiplicação do HIV e diminuem a quantidade do vírus no organismo. A continuidade do tratamento é fundamental para o controle da doença.
Segundo Pinheiro, ainda que os problemas no estoque sejam apenas pontuais, e não contínuos, eles têm gerado uma “insegurança muito grande” entre as pessoas que usam os antirretrovirais.
- A gente não quer que isso se torne uma rotina.
Além do Atazanavir, este ano, e do Abacavir, em 2010, os portadores do HIV sofreram ano passado com redução no estoque de mais três remédios - o Lamivudina, Efavirenz e Zidorrudina.
O programa de combate à Aids brasileiro é considerado um dos mais importantes do mundo, por garantir aos portadores do HIV, desde 1996, acesso universal aos medicamentos. Para o presidente do Grupo Pela Vidda do Rio de Janeiro, George Gouvêa, o Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais - responsável pela compra e repasse dos remédios – tem experiência suficiente para prever as variações nos estoques.
- Cada vez que isso [desabastecimento] acontece, acende uma luz indicando que algo no departamento não ocorre como deveria. Sinaliza que existe algum problema. A experiência acumulada tem que servir para alguma coisa.
Duas outras entidades ouvidas pelo R7, que preferiram não se identificar, apontaram falta no estoque dos medicamentos em seus Estados. Segundo Pinheiro, em fevereiro houve também falta do saquinavir.
http://noticias.r7.com/saude
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