quarta-feira, março 09, 2011

O Carnaval da Bahia precisa rever seus conceitos - Ricardo Ribeiro

Do alto do trio elétrico de Ivete Sangalo, o ídolo teen sertanejo Luan Santana proclama que sua maior admiração ao povo baiano se deve ao fato deste ser “um povo patriota”. O garoto confundiu patriotismo com a defesa veemente dos valores locais, o que em alguns casos poderia ser definido como bairrismo. Patriota é quem tem amor pela sua pátria e, desde que façamos um favor ao artista e consideremos a Bahia como nossa pátria, está tudo bem.
O “patriotismo” baiano se revela exacerbado neste carnaval, em que muitas vozes se levantaram contra a proteção conferida pela Rede Globo à folia carioca. Sobrou também para a Band, que este ano deu mais espaço ao Carnaval de Recife, e até para o SBT de Seu Sílvio. O baiano, por assim dizer, se arretou.
Na TV, zapeio em busca de algum canal que mostrasse algo que lembrasse o Carnaval da Bahia. Paro na TVE, onde o destaque foi a belíssima festa do Pelourinho, uma homenagem aos velhos carnavais, onde até criança curtia músicas como Chão da Praça e Vida Boa. Bem diferente da música que diz: “Lex Luthor e Coringa roubou o laço da Mulher Maravilha’. Gilberto Gil tenta ser delicado, mas há uma ironia no ar: “não se pode exigir que esse povo se atenha à norma culta”.
Do Pelô, emanam belos acordes. “Olhos negros tu és tentadores/ Às multidões encantou…”. Encantava o público diminuto da TVE, pois a maioria assistia à guerra do bem contra o mal nos circuitos Dodô e Osmar. O bem, encarnado pela Mulher Maravilha e pelo Superman. O mal, por Lex Luthor, Coringa e a Rede Globo. (leia mais em http://www.politicaetc.com.br/v1/)

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