quarta-feira, maio 25, 2011

CRÍTICA: O fim da TV segmentada


Com cada vez mais frequência — nos e-mails de leitores ou comentários de internautas no blog — alguém elogia uma atração da TV paga, só para, em seguida, dizer: “Não entendo como este formato não está na TV aberta”. Foi, por exemplo, o que comentou a leitora Angel sobre a crítica de “Chegadas e partidas”, programa de Astrid Fontenelle no GNT.
Há alguns anos, quando a televisão por assinatura e as emissoras abertas eram muito diferenciadas, esta questão nem se colocaria. A frase reducionista “não dá para assistir à TV aberta” era comum. A “qualidade” supostamente pertencia só ao cabo, que nasceu voltado para os nichos, nunca apostava nas massas. Hoje isso mudou. A TV paga continua tendo seus alvos restritos. Porém, com o aumento do poder econômico das classes C e D, aos poucos, em busca de nova freguesia, foi pegando um caminho generalista. Esse movimento arrastou os canais étnicos — paroxismo da ideia da segmentação — para lugares remotos do line up. TV5, Deustche Welle, NHK e afins estão acima do número 140 na Net. No mais, ficou tudo junto e misturado no sentido editorial da coisa.
Popular, “Chegadas e partidas” poderia, como imaginou a leitora, estar numa emissora aberta. Mas outras atrações do GNT, voltadas para o “público mulherzinha”, não. Em contrapartida, praticamente tudo da TV aberta caberia no cabo hoje. O Viva é a melhor prova disso: caiu nas graças das plateias com seu conteúdo quase 100% produzido pela TV Globo. Quer algo mais voltado para as multidões que o “Cassino do Chacrinha”, ou o “Esquenta”, só para citar dois de seus sucessos?
Importante dizer: o Brasil é um país tão complexo que bastou a TV paga triplicar o seu público em poucos anos (de 3 milhões para 10 milhões), para ganhar ares de TV aberta. Dez milhões de domicílios são um quinto do total do país, mas já o suficiente para mudar o negócio. Imagina quando todos puderem interromper a programação, alugar filmes (a qualquer hora, com o serviço de video on demand) e muito mais. Aí, a discussão se deslocará mesmo para além do quilate dos conteúdos. Será que uma atração, vista de outro modo (usando os recursos do cabo), ainda poderá ser considerada a mesma? Ou ainda, trocando em miúdos: a forma como se vê um programa é capaz de transformá-lo? Veremos.


Agora,o
amor familiar
●Premiado diretor de do-
cumentários (“Janela da
alma ”,“Lixo extraordiná-
rio ”,“Amor?”),João Jar-
dim está à frente do pro-
jeto de uma série a ser
produzida pelo GNT.O
programa,em cinco epi-
sódios,é sobre relações
familiares e ainda está em
fase de pré-produção.

...E mais
●Jardim vai mostrar compo-
sições familiares hoje mais
comuns,como pessoas que
fizeram tratamentos para en-
gravidar e tiveram trigêmeos,
casais gays com filhos,além
do clássico “os meus,os
seus,os nossos ”.

Ecoando longe
●AAljazeera Documentary
Channel (do Qatar)vai exibir
“Tambores do mundo ”,docu-
mentário da brasileira Cineví-
deo Produções.O programa
vai ao ar em 43 países do
Oriente Médio e da África.
Polígamo equilibrista
●Depois do inesquecível Do-
di de “A favorita ”,Murilo Be-
nício vai voltar a trabalhar
com João Emanuel Carneiro.
Desta vez,num papel cômico,
do chefe de nada menos que
três famílias diferentes.

Parceria
●Alessandra Maestrini —que
divertia como a Bozena de
“Toma lá,dá cá ”—vai cantar
Villa-Lobos acompanhada do
maestro João Carlos Martins.
O encontro acontecerá dia 15
de junho,na Sala São Paulo.

JÔ SOARES entrevistou a apresentadora do “Bem estar ”,Mariana Ferrão.
Ela deu um show de flexibilidade que atribui à ioga e mostrou as posturas
que faz às 5h20m todos os dias.Outras fotos no oglobo.com.br/kogut

CLÁUDIA Rodrigues,a Ofélia
de “Zorra total ”,posa com sua
filha,Iza,de 9 anos,para a
“Contigo!”.E fala sobre sua luta
contra a esclerose múltipla.

Nota 10
Para Thiago
Martins,pelo
Vinícius de
“Insensato coração ”.
Ele é ótimo ator e o
público de TV sabe disso
desde que ele surgiu em
“Cidade dos homens ”.Este
personagem é só mais uma
mostra do talento dele.

Nota 0
Para o quadro
“Bruna Cachacinha ”,
no “Show do Tom ”.
O humorista
recebeu Raquel
Pacheco,a Bruna Surfistinha,
e foi uma sucessão de
perguntas horríveis e sem
graça que não merecem ser
repetidas aqui. (Patrícia Kogut)

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