Tenho acompanhado com certo sentimento de frustração o desempenho da imprensa de maneira geral, quanto a cobertura do movimento paredista dos professores das Universidades estaduais. Para se ter uma idéia da omissão, somente a partir do dia 26.04.2011, com a entrada da UNEB na greve é que houve uma pequena mais representativa divulgação do movimento. Gostaria que esse meio de comunicação de massa entrasse no processo de discussão e análise da real situação da educação na Bahia e ajudasse o as lideranças docentes na busca da solução desejável para ambas as partes, a partir da divulgação desse documento.
Os professores e o pessoal técnico administrativo da UESC entraram em greve, no dia 08/04/2011. De forma autoritária e discriminatória em total desrespeito as normas legais e constitucionais vigentes, próprios do estilo carlista de governar e tão condenado pelos petistas na oportunidade, o governo suspendeu o pagamento dos salários dos professores e mantendo o pagamento do pessoal técnico administrativo, numa clara demonstração de desrespeito aos profissionais da educação e a triste comprovação da falta de compromisso, histórica, dos governos estaduais com a educação superior.
Poderíamos aproveitar o momento impar prá retomarmos a discussão, dentre outras ações, da transferência das Universidades estaduais para o âmbito do governo federal. A partir de um orçamento cada vez mais insuficiente, as Universidades estaduais sofrem com o descaso do governo com a falta de professores, salas de aula, funcionários e estrutura para o ensino, a pesquisa e a extensão, além dos professores receberem um dos piores salários das Universidades estaduais do Nordeste, provocando uma evasão de bons profissionais para outras instituições.
Conclamo a mídia, em todos os níveis, a dar maior divulgação ao problema da educação superior na Bahia, haja vista que o ato de suspensão do pagamento dos salários dos professores se constitui em uma intervenção clara e direta sobre a autonomia da UESC, autonomia é prerrogativa primeira para a existência de uma Universidade, solicitando o imediato pagamento dos salários e a abertura do processo de negociação com as entidades representativas dos docentes com a participação da mídia. Ministério Público e membros da sociedade civil organizada.
Precisamos mirar no espelho do Chile onde o sucesso e o reconhecimento alcançado pelos chilenos deve-se a uma vontade verdadeira de ver seu país crescer a partir do crescimento da educação, que é percebida como uma ferramenta estratégica para o desenvolvimento social e econômico da população. Afinal, tudo começa pela educação.
Rozilton Ribeiro
Mestre em Administração e Professor da UESC
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