terça-feira, maio 10, 2011

Mãe perde filho e irmã gêmea do garoto desaparece


Sentado num canto do quarto da mãe, o pequeno Gilvan Vieira dos Santos, na época com 12 anos, estava agoniado, com medo, pedindo que a mãe fechasse bem a porta e as janelas da casa. Foi nesse momento que a vendedora autônoma Elisângela Lima Vieira, de 36 anos, identificou que seu filho estava consumindo drogas mais fortes que maconha, que ele já usava desde que completou 10 anos.
Ontem, aos 13 anos, Gilvan acabou morto a pedradas e facadas perto da casa onde morava, em Tancredo Neves. O motivo mais provável para a morte, segundo investigadores e a própria família, era dívidas de drogas. “Ano passado, cheguei a pagar R$ 40 para que não matassem meu filho. Era dívida de crack”, revela a mãe, ainda em estado de choque com a morte do filho.
“Um pedaço de mim se foi. Daria tudo para que Deus me ajudasse a ressuscitar meu menino”, completa.
Enquanto parentes de todas as partes de Salvador chegavam para consolar Elisângela, ela lembrava, na tarde de ontem, como foi a comemoração pelo Dia das Mães, no domingo. “Nem ganhei um beijo ou parabéns. Ele entrou e saiu várias vezes de casa. Por volta das 22h, tomou banho e saiu. Quando voltou, já foi em forma de notícia, e na pior delas. Estava morto. Vizinhos viram que ele estava cheirando cocaína com um grupo aqui na rua, mas ele não voltou pra casa”, conta.

Filha desaparecida
O drama da vendedora é ainda maior quando ela pensa na irmã gêmea de Gilvan, Jeane, desaparecida há quatro dias. “Ela também está viciada, só anda com meninas sacizeiras e estaria ameaçada de morte, por isso não volta para casa. Pelo menos é o que eu soube por parentes que vivem procurando por ela nas ruas”, conta. “Já fui nas bocas de fumo daqui da região, mas não consigo achá-la. Ouvi até que ela foi baleada de raspão há una dois dias, mas não tenho certeza”, comenta. A briga de Elisângela com as drogas que “tomaram seus filhos”, como ela define, começou há mais de três anos, quando os dois filhos mais velhos dos quatro que ela teve iniciaram sua caminhada no vício. “Eu internei ele, mas ele fugiu e veio parar aqui de novo. Ele ainda passou um ano com uma de minhas irmãs, mas também não quis ficar mais. Não consegui controlar meus filhos”, admite.

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