A análise das caixas-pretas do voo AF 447, que caiu no Oceano Atlântico no fim de maio de 2009, indica que os pilotos do Airbus A330 da Air France evitaram zonas de turbulência, afirmou à agência AFP nesta quinta-feira uma fonte ligada às investigações. A declaração põe em dúvida uma das principais hipóteses antes de se encontrar as caixas-pretas: a de que a aeronave havia enfrentado uma forte zona de tempestade e turbulência antes de cair.
"A equipe conseguiu contornar as nuvens (de turbulência), segundo informações fornecidas pelas caixas-pretas", disse a fonte, sob a condição do anonimato, confirmando uma informação que havia sido divulgada mais cedo pela rádio Europe 1. O Escritório de Investigações e Análises (BEA, na sigla em francês) não esteve disponível para comentar a informação.
Recuperadas no início do mês, as duas caixas-pretas do Airbus A330 foram declaradas intactas na segunda-feira e, desde então, informações passaram a vazar na imprensa francesa, o que irritou o BEA. Sobre as condições aéreas no momento do acidente, os investigadores apontam que havia um aglomerado de nuvens cumulus nimbus, o que pode explicar parte da turbulência registrada. Também foi notado que diversas aeronaves que cruzaram a região antes e depois do voo AF 447, "substancialmente na mesma altura, alteraram seu curso para evitar o acúmulo de nuvens", mas nada foi dito até o momento sobre a trajetória do AF 447.
O secretário de Estado de Transportes francês, Thierry Mariani, anunciou nesta quinta-feira que no final de junho será possível conhecer o resultado da análise das caixas-pretas.
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