segunda-feira, maio 30, 2011

Sem câmeras, grades e detectores, presídio de PMs é como um quartel

Nada de câmeras de segurança espalhadas pelos corredores, guardas armados, detectores de metal, grades em todos os lugares e presos algemados. O Presídio Militar Romão Gomes (PMRG), que abriga policiais militares presos em São Paulo e está localizado na Zona Norte da capital paulista, mais parece um quartel do que uma penitenciária. Com certificado de qualidade ISO 9001, o presídio conta com 20 empresas que utilizam o trabalho tercerizado dos detentos, segundo o comandante, tenente-coronel Abaré Vaz Lima.
“Eu não me sinto preso, me sinto aquartelado. Isso aqui para mim é um quartel, tem um regime militar que seguimos à risca. Tem que prestar continência, cantar o hino, marchar. Buscamos manter a dignidade. E se não tiver hierarquia, não tem disciplina”, diz o detento A., condenado por homicídio e roubo. Ele é um dos que está há mais tempo no presídio – 9 anos e oito meses em regime fechado – e conta que todos lá já choraram pela saudade da família.
“O primeiro mês aqui dentro é o pior. Todos choram no primeiro Natal e no primeiro Ano Novo. Apesar de ser PM, de ser preparado para ser forte, a gente é humano, não é preparado para ir preso. Por uma fatalidade, acaba vindo para cá, por causa do serviço ou não. Na hora, você mata ou morre. É uma fração de segundo para decidir”, justifica A.
“O momento mais aguardado por todos é o da visita e o dia da liberdade. Não tem preço”, acrescenta ele.
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