Um relatório do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) encaminhado ao governador Eduardo Campos revela uma situação dramática em unidades da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase) de Pernambuco: a prática de torturas física e psicológica em adolescentes infratores privados de liberdade. Dossiê informa que policiais e agentes utilizam até choques elétricos. Em 24 páginas, o documento assinado por dois juízes denuncia que, em pelo menos quatro centros, menores em conflito com a lei sofrem maus-tratos.
O mais grave relato vem da unidade de Abreu e Lima, no Grande Recife. Além de ser coniventes com a entrada de drogas, agentes recorrem a instrumentos de tortura para punir ou repreender os jovens. “Adolescentes queixaram-se de agressões com pedaços de madeira, choques ou ameaças feitas com o emprego de armas de fogo”, relatam os juízes Reinaldo Cintra Torres de Carvalho e Daniel Issler, na página nº 6 do relatório ao qual o JC teve acesso. “Choque elétrico é uma forma de agressão que configura, sim, tortura”, declarou ontem Daniel Issler, por telefone.
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