sexta-feira, junho 24, 2011

80% dos informantes do Disque-Denúncia do Rio não aparecem para receber recompensa

Em 16 anos de existência, o Disque-Denúncia do Rio de Janeiro já pagou cerca de cem recompensas, que somadas chegam a R$ 270 mil. Entretanto, cerca de 80% dos denunciantes, cujas informações levaram a prisões, não apareceram para receber o dinheiro. Segundo o coordenador do serviço, Zeca Borges, as denúncias são motivadas "por indignação e não pelo dinheiro".
Ele diz que os valores oferecidos viram notícia e deixam o criminoso exposto. Para Borges, o fato de o Disque-Denúncia não ser um órgão policial, mas mantido por uma ONG e parceiro da Secretaria de Segurança Pública, contribui para o sucesso do serviço. Entretanto, completa ele, é preciso que a população também confie na polícia.
- As pessoas têm uma grande confiança no Bope (Batalhão de Operações Especiais) e, por isso, sempre que o Bope faz uma operação surgem muitas denúncias. Recentemente, o Bope ocupou a Mangueira e temos recebido muitas informações.

Recompensas: até R$ 15 mil

A maior parte das recompensas, financiadas por doações privadas, varia entre R$ 1.000 e R$ 3.000. Há casos em que são oferecidos R$ 5.000, R$ 10 mil e até R$ 15 mil. O valor costuma ser aumentado em casos de prioridade estabelecida pela secretaria. Em outros, famílias de vítimas dos criminosos oferecem dinheiro, a exemplo do que aconteceu com a Viúva Negra, por quem é oferecida recompensa de R$ 11 mil.
Hoje, há R$ 181 mil disponíveis para pagamentos de recompensas. Entre os alvos do órgão, estão os principais chefes do tráfico no Rio. Sobre Fabiano Atanázio da Silva, o FB, chefe do tráfico na Vila Cruzeiro, cuja captura vale R$ 10 mil, o Disque-Denúncia já recebeu 1.158 informações desde 2002.

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