quinta-feira, junho 02, 2011

Ardil na Comissão de Agricultura

Difunde-se largamente na imprensa nacional uma inverdade com relação a recente votação ocorrida na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados. Segundo os boatos, os governistas teriam “cochilado” durante votação de requerimento convocando o ministro Antônio Palocci. O suposto “cochilo” da base de sustentação do governo na Casa teria permitido com que os “astutos” oposicionistas conseguissem aprovar o requerimento. Mas, a história não foi bem assim como contam os que resolveram radicalizar no oposicionismo para ultrapassar os limites do mais condenável dos oportunismos.
Em boa hora o presidente da Câmara dos Deputados, deputado Marco Maia, resolveu não acatar a suposta decisão da Comissão de Agricultura. Maia atendeu às reclamações dos governistas que resolveram, de pronto, recorrer da decisão da presidência da Comissão ao Plenário, tão logo consumada a manobra anti-regimental. Isto porque o que houve na verdade foi uma decisão infeliz do presidente da referida Comissão em proclamar um resultado que não correspondia à prática parlamentar da Câmara dos Deputados, estabelecendo, ora em diante, um clima de desconfiança incontornável dentro da Comissão de Agricultura.
Recuperando a verdadeira história, o que houve foi o seguinte: posto o requerimento em votação, a votação foi colocada como “simbólica”, o que pressupõe o recolhimento dos votos das lideranças, contados em função do tamanho de cada bancada. Diferentemente do que prevê o Regimento da Câmara, foi colhido o voto individual de cada um dos presentes à reunião. Para completar, o presidente da Comissão, deputado Lira Maia, não por coincidência, filiado ao Democratas, resolveu proclamar o equívoco, para dizer o mínimo, devidamente corrigido pelo presidente da Casa, posteriormente.
A bancada do PT tem reafirmado seu compromisso com a democracia parlamentar, inclusive com “manobras” previstas no Regimento da Casa. O PT, contudo, não concorda com ardis completamente imprevistos pelo mesmo Regimento, como foi o caso do que ocorreu na Comissão de Agricultura. Tanto assim que, a partir de agora, a bancada petista resolveu firmar um estado de desconfiança com relação à Presidência da Comissão, que somente terminará ou com a retratação ou com a sua substituição. Isto, para o bem da democracia e para o bom relacionamento entre os parlamentares que compõem a Câmara dos Deputados.

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