Azevedo está "vivo" - Ricardo Ribeiro

Claro, o prefeito de Itabuna, José Nilton Azevedo, popularmente chamado de Capitão Azevedo, continua entre nós, mas o título quer dizer que o homem permanece “vivo” política e eleitoralmente falando. Ou seja, Azevedo é uma peça a ser seriamente considerada no tabuleiro da sucessão municipal itabunense em 2012. Primeiro, por encontrar-se na posição de prefeito e ter a máquina em seu poder; segundo, por contar com um fator importantíssimo nas eleições: a sorte; terceiro, pelo carisma pessoal.
Azevedo corrigiu algumas peças de seu governo e vem conseguindo avanços, não desconsiderando os velhos e complicados gargalos, como por exemplo na saúde. A maioria das ruas de Itabuna está esburacada, mas aqui e acolá já se vê uma operação tapa-buracos; há serviços de macrodrenagem e urbanização em andamento em bairros como São Roque e Zizo; as obras na Avenida Amélia Amado tendem a produzir um alto retorno eleitoral para o atual ocupante do Centro Administrativo Firmino Alves.
É pouco, dirão alguns. Mas uma pergunta que pode ser feita é: pouco, comparado a quem? Se for ao que seria ideal, realmente as ações do governo são pífias; se comparar aos ex-governantes de passado recente, Azevedo talvez ganhe no quesito obras.
O prefeito, no entanto, perde no próprio exercício da política. É atabalhoado, perdido, atira para todos os lados. No ano passado, conseguiu apoiar não sei quantos candidatos ao legislativo e não se definiu com relação aos que postulavam o governo do Estado, na esperança de ficar bem com todo mundo. Ficou foi mal na fita, principalmente com seu partido, o DEM.
Azevedo não se sente confortável no ninho democrata e procura outra legenda. Já tentou PSD e PP, mas as coisas não andaram. O prefeito tem receio de dar um passo que lhe custe não apenas o futuro político como também o presente mandato. Entra aí, igualmente, medo crônico de se definir, o que já se viu nas eleições de 2010.
Por enquanto, a falta de articulação política é a pedra no sapato do prefeito. Caso ele supere essa dificuldade, a reeleição não será surpresa. E a divisão que se anuncia na esquerda local ajuda o continuísmo.

Ricardo Ribeiro é um dos blogueiros do PIMENTA e também escreve no Política Et Cetera.