quarta-feira, junho 08, 2011

Palocci cai e enfraquece Dilma com apenas 5 meses de governo

Na maior crise do governo Dilma, Antonio Palocci foi demitido da Casa Civil repetindo a própria história: de homem mais poderoso do governo, tornou-se o pivô de um escândalo que culminou com sua saída, sob suspeição, do cargo. A segunda queda de Palocci, cinco anos após perder o Ministério da Fazenda no governo Lula, enfraqueceu a presidente Dilma, antes mesmo de completar um semestre no cargo. Palocci acreditava que poderia ficar depois que a Procuradoria Geral da República arquivou os pedidos de investigação por suspeita de enriquecimento ilícito e tráfico de influência. O ex-presidente Lula sugeriu que Dilma esperasse mais, porém ela decidiu demitir Palocci diante do desgaste político provocado pelo caso. Para o lugar dele, convidou a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), pedindo que ela assuma o papel de gestora dos projetos do governo. Sem Palocci para negociar com o Congresso, resta a Dilma agora o problema da Articulação Política. O ministro Luiz Sérgio também deve sair. Na crise, o PMDB se fortaleceu.
"A sobrevida de Palocci custou muito para o governo, principalmente em questão de credibilidade. E a participação de Lula nesse episódio passou a ideia de que o governo de Dilma não tem comando” - Rubens Figueiredo, do Centro de Pesquisas e Análises de Comunicação (Cepac)
"Palocci significava a garantia (do apoio) dos empresários, e isso faz o governo petista pensar dez vezes antes de tirar alguém como ele" - Roberto Romano, professor de Ética e Filosofia da Universidade de Campinas (Unicamp)

Nunca antes neste país
Com a escolha de Gleisi Hoffmann para a Casa Civil, o Brasil vive uma situação inédita na história republicana: pela primeira vez um casal ocupa cargos na Esplanada dos Ministérios. Gleisi é mulher do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. A indicação surpreendeu os governistas.

Bombeiros recusam mediação de comando
Na tentativa de debelar a crise no Corpo de Bombeiros, o novo comandante da corporação, coronel Sérgio Simões, visitou ontem os invasores do QG e propôs ser o mediador entre a categoria e o estado. Os presos - que rasparam a cabeça, deixando o número 439 na nuca, numa referência ao total de detidos - recusaram a oferta.

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