Mercado de trabalho aquecido, aumento da renda real, crédito em expansão e arrecadação de impostos em alta. Com base nesse cenário, de uma atividade econômica ainda pujante, o Comitê de Política Monetária decide, hoje, a alta dos juros.
A taxa de desemprego em junho, conforme dados do IBGE divulgados ontem, foi de 6,2%, menor que a de maio deste ano (6,4%) e a de junho de 2010 (7%). O número de ocupados teve uma queda, na margem, mas o rendimento real médio aumentou 4% sobre junho do ano passado. Em junho foram criadas 215,4 mil vagas, segundo melhor resultado para o mês da série histórica. No primeiro semestre foram 1,4 milhão de empregos, terceiro melhor número da série. O setor de serviços prossegue liderando a geração de empregos. Apesar de se identificar uma certa moderação na taxa de ocupação do IBGE, o ministro do Trabalho, Calos Luppi, disse que não há desaceleração e que a tendência é chegar a 3 milhões de novos empregos até o fim do ano.
Uma crise parecida com a do Lehman
Se a crise da dívida soberana dos países da periferia da zona do euro chegar a suas economias mais fortes, o impacto para o Brasil pode ser igual ao experimentado após a quebra do banco de investimentos americano Lehman Brothers, em setembro de 2008. A conclusão é do Fundo Monetário Internacional, que terminou consultas com os governos dos países da zona do euro e, em seus relatórios, mensurou os efeitos globais de a atual crise atingir alguns dos grandes bancos europeus, como o belga Dexia, o alemão Deutsche Bank, o francês BNP Paribas ou o holandês ING.
Airbus teme chineses, não a Embraer
A China, e não o Brasil com a Embraer, será o terceiro grande competidor internacional no mercado de jatos nos próximos dez a vinte anos, atrás da europeia Airbus e da americana Boeing. Essa pelo menos é a avaliação da Airbus. A China começa a produzir - com pesados subsídios - seu primeiro jato de passageiros, na categoria com 120 a 180 assentos.
"O maior potencial está na China para se tornar o terceiro grande produtor de aviões", disse o vice-presidente de comunicação da Airbus, Rainer Ohler, a um grupo de jornalistas, na sede da companhia, em Toulouse. "A Embraer tem espaço, vemos seus bons aviões cada dia em todo lugar", disse. Para Ohler, os construtores aeronáuticos precisam de "suporte" dos governos, ou seja, de subsídios. Mas admite que é preciso um acordo global para limitar essa ajuda.
Chery traz novo modelo de negócio
O início da construção da fábrica da Chery, em Jacareí, indica um modelo de negócios oposto ao que tem prevalecido ao longo dos investimentos da indústria automobilística no Brasil. É um projeto sem sócios locais, totalmente financiado por recursos chineses e livre de amarras com o governo brasileiro. Esse perfil de negócios tem pelo menos uma vantagem: caso o projeto não dê certo, a empresa sai sem dever nada a ninguém.
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