Executivo com maior tempo na presidência da Petrobras, o baiano José Sergio Gabrielli movimentou a política nacional ontem ao admitir pela primeira vez que pode voltar à política.
Mais além, Gabrielli, que disputou a primeira eleição em 82 e a última em 90, sem nunca ter vencido, admitiu que nutre o desejo não de disputar o próximo pleito que acontece em 2012, mas sim de suceder o governador Jaques Wagner nas eleições de 2014.
“Para 2012, com certeza não serei candidato”, disse de forma enfática. No entanto, quando o assunto foi 2014, em tom mais ameno, respondeu: “Não nego que posso vir a ser candidato, mas é muito cedo para tomar decisão”. A declaração, conforme fontes petistas, tirou o sono de muitos aliados do governador que já se articulam para o posto, em especial integrantes do próprio Partido dos Trabalhadores.
O fato é que, embora Gabrielli não tenha conquistado a simpatia da presidente Dilma Rousseff, é tido como “menina dos olhos” do ex-presidente Lula e do governador Jaques Wagner. Reforçando a tese de que possui o aval dos líderes petistas, informações dão conta de que ele, até o final do ano, deve deixar a Petrobras e assumir uma secretaria estadual com peso político para já ir se familiarizando com os assuntos da Bahia e, por tabela, lhe permita alguma projeção sobre o eleitorado.
Em conversas com amigos, o presidente da Petrobras tem manifestado sua preocupação com o fato de estar fora do estado.
Apontado como um dos parlamentares mais próximos do presidente da Petrobras e um dos articuladores no partido de uma provável candidatura do petista ao governo do estado, o deputado estadual Rosemberg Pinto declarou ao site Política Livre durante o cortejo do Dois de Julho que o nome de Gabrielli é o “mais preparado” para suceder o governador em 2014. Entretanto, neste momento, o foco é fortalecer a legenda rumo à eleição do próximo ano.
O assunto veio à tona durante evento de divulgação do balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Ao ser questionado sobre uma eventual elevação do preço da gasolina, ele ressaltou que a companhia permanece com a mesma posição assumida nos últimos oito anos.
Ele lembrou ainda que a importação do combustível poderá ser superior à feita no ano passado, quando foi importado um volume correspondente a entre três e quatro dias de demanda. “Este ano já foram importados o correspondente ao consumo de três dias, e pode ser ainda muito mais. Fazemos o monitoramento diário”, afirmou o presidente da Petrobras.
Vale pontuar que ao lado do prefeito de Camaçari, Luiz Caetano, Gabrielli é, no PT, um dos mais fortes candidatos à próxima sucessão estadual, quando o partido vai tentar renovar-se no comando político e administrativo da Bahia, que assumiu pela primeira vez na história do estado em 2000.
Saúde: vereadores divergem
O acordo firmado entre Prefeitura e Estado para equacionar a crise na saúde pública de Salvador, na interpretação dos vereadores, não torna desnecessária a sessão especial com os titulares da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Gilberto José, e da Estadual (Sesab), Jorge Solla.
A solução parcial para o principal problema na SMS, a dívida com as entidades filantrópicas que prestam serviço através do SUS, foi a sugestão de que a pasta utilize os R$ 38 milhões do Programa de Assistência Farmacêutica, que não foram usados neste ano.
Otto Alencar entrega 42 mil assinaturas ao TRE
Mesmo diante dos questionamentos jurídicos da oposição, que alega irregularidades, sinalizando possíveis ameaças para a criação do partido, o PSD deu ontem mais um passo para confirmação de sua existência em solo baiano.
A nova sigla que nasce na Bahia, comandada pelo vice-governador Otto Alencar e composta por dez deputados estaduais e cinco federais, conforme prometido, deu entrada ontem no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) no requerimento de registro do partido na Bahia. Segundo Otto, foram entregues 42.188 assinaturas auditadas e certificadas pela Justiça Eleitoral. O vice-governador atribuiu as contestações dos partidos oposicionistas ao “desespero por estarem perdendo suas principais lideranças”.
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