
A Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), está distribuindo a cartilha “Manejo Integrado das Pragas do Cacaueiro do Estado de Rondônia” entre seus pesquisadores e extensionistas, da Emater e de instituições congêneres dos estados do Amazonas, Pará, Rondônia e Mato Grosso, além de instituições de ensino superior. O trabalho foi produzido pelos pesquisadores da Ceplac José Inácio Lacerda Moura, Jacques Hubert Charles Delabie e Antonio Carlos de Barros Mendes, falecido em 2007, e Olzeno Trevisan, especialista em pragas de cacau e fruteira da Amazônia.
“O cultivo do cacau é uma atividade tradicional em significativas áreas do Brasil, notadamente na Bahia, Pará e Rondônia”, diz, no Prefácio, o chefe geral da Embrapa Rondônia, César Augusto Domingos Teixeira. Logo adiante destaca que “nas últimas décadas, além da questão econômica, preocupações com a sustentabilidade ambiental e social foram incorporadas à agricultura, implicando no surgimento de novas demandas tecnológicas. Abordando o manejo de pragas, esta obra apresenta informações atulizadas aos diferentes públicos envolvidos com a cacauicultura”
As principais pragas nos cacauais do Estado de Rondônia são o Conotrachelus humeropictus Fielder, 1940, Steirastoma breve Sulzer, 1776, e o Monalonion annulipes Signoret, 1858, Lirimiris meridionalis Schaus, 1904 (Leptidoptera, Notodonidade), Cerconota dimorpha Duckworth, 1962 (Lepidopter, Oecophridade), Diopa SP (Lepidoptera, Noctuidae) e Lagarta “tanque” (Lepidotpera, Limacodidae) e Broca dos Ramos Maulacra nigripennata Dognini 1924 (Lepidoptera Cossidade), Vaquinhas, Cigarrinhas Associadas aos Cacaueiros e Ácaro (Aceria reyes Nalepa, 1973 (Acari: Eriophyidade). Tais pragas causam severos danos a tecidos, ramos e brotos da planta e às folhas e frutos verdes e maduros.
Ao explicar que o manejo integrado de pragas caracteriza-se pela associação de todos os processos conhecidos pela ciência atual e que são úteis para evitar danos econômicos causados pelas espécies nocivas ao desenvolvimento agrícola, os autores da cartilha diferenciam-no do aplicado à Região Cacaueira baiana, onde o plantio é sob a Mata Atlântica no sistema cacau-cabruca. É que no bioma Floresta Amazônica o cacau é plantado a pleno sol, em áreas abertas em razão do desmatamento, nas décadas de 70 e 80, e o surgimento de pragas – percevejos e ácaros, por exemplo – pode ser maior, mas que o plantio do cacaueiro em sistemas agroflorestais (SAF), como recomendado pela Ceplac, minimiza o ataque de artrópodos (animais invertebrados ou insetos que se alimentam de vegetais) prejudiciais à lavoura e agrega valores econômicos.
Os autores: José Inácio Lacerda Moura é Engenheiro Florestal, Doutor em Entomologia, pela Unesp, Jaboticabal, e Chefe da Estação Experimental Lemos Maia, da Ceplac, em Una, Bahia; Jacques Hubert Charles Delabie é biólogo, Doutor em Entomologia pela Univesité Paris VI e Pós-Doctor pela Universidade Federal de Viçosa: Antonio Carlos de Barros Mendes, falecido em 2007, Mestre em Entomologia pela ESALQ/USP e Doutor pela UFPA; e Olzeno Trevisan, especialista em pragas de cacau e fruteira da Amazônia é Engenheiro Agrônomo, Mestre e Doutor em Entomologia pela Escola Superior de Agricultura Luis de Queiros, da Universidade de São Paulo (ESALQ/USP).
Nenhum comentário:
Postar um comentário