Para combater a invasão de carros produzidos na Ásia, o governo tomou nesta quinta-feira uma medida que aumenta em até 28% o preço dos carros importados de empresas que não tem fábricas no Brasil. Como antecipou O GLOBO, o ministério da Fazenda subiu em 30 pontos percentuais a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos de empresas com menos de 65% da produção no país. Nos carros até 1.000 cilindradas, o imposto sobe de 7% para 37%. Para os veículos de 1 mil a 2 mil cilindradas excluídos dos benefícios, a alíquota, atualmente entre 11% e 13%, subirá para 41% a 43%. O objetivo é proteger a indústria nacional.
As montadoras de veículos que investirem em inovação e usarem uma proporção mínima de componentes nacionais deixarão de pagar Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) mais alto. Quem não cumprir esses requisitos terá o imposto reajustado. As medidas foram anunciadas na noite desta quinta-feira pelos ministros da Fazenda, Guido Mantega; do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, e de Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante.
O incentivo, que pretende melhorar a competitividade do automóvel brasileiro e estimular a produção dentro do país, vigorará até 31 de dezembro de 2012. Além de automóveis de passeio, o benefício englobará a fabricação de tratores, ônibus, caminhões e veículos comerciais leves. Por causa do regime automotivo comum entre o Brasil e a Argentina, as montadoras que atuam no país vizinho também serão beneficiadas.
Entre os requisitos estabelecidos para se livrar do aumento do imposto, estão o investimento em tecnologia, o uso de 65% de componentes nacionais (do Brasil e da Argentina). As montadoras também terão de executar pelo menos seis de 11 etapas de produção no Brasil. Os veículos fora do Mercosul automaticamente passarão a pagar imposto maior.
- Ficamos preocupados com o aumento do estoque nos pátios e com as férias coletivas. Queremos garantir a manutenção dos empregos no Brasil - disse Mantega.
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