segunda-feira, setembro 26, 2011

Oito anos depois, 86% dos beneficiados seguem presos ao Bolsa-Família

Perto de completar oito anos de existência, o programa Bolsa-Família aliviou a penúria cotidiana dos brasileiros mais pobres, mas ainda não conseguiu levar a grande maioria dos beneficiados à independência econômica.
Das famílias que conquistaram a ajuda federal no país, 86% seguem dependentes da muleta financeira da União para se sustentar – no Estado, o índice cai para 79%.
Novas regras anunciadas há uma semana aumentaram a oferta de recursos, mas especialistas sustentam que é preciso ampliar as portas de saída do projeto.
Dados do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) indicam que 2,1 milhões de famílias deixaram de receber a mesada federal por terem ultrapassado o limite de renda usado como parâmetro para garantir o benefício – fixado em R$ 70 per capita para famílias sem filhos, e R$ 140 para quem tem ao menos um dependente.
Outras 13,1 milhões permanecem na fila de necessitados. Isso significa que, de cada cem cadastrados em situação regular, 86 continuam dependendo do cartão magnético que libera os saques mensais, enquanto 14 o substituíram por rendimentos próprios. O cálculo ignora cancelamentos por irregularidade.
A porto-alegrense Lisiane da Silva, 20 anos, é um exemplo de como o que parecia ser uma porta de saída do Bolsa-Família acaba se fechando antes do esperado. Mãe de uma menina de três anos, ela chegou a conseguir um emprego.
A necessidade de amamentar a filha e a dificuldade de ter alguém com quem deixá-la, porém, acabaram fazendo Lisiane desistir do trabalho.
— Eu gostaria de trabalhar, mas é difícil — afirma.

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