domingo, outubro 02, 2011

Estudo brasileiro aponta caminho para 3ª dentição


Esqueça o barulho irritante de um consultório odontológico. Ignore o ditado "de cavalo dado não se olha os dentes". Os cientistas estão muito próximos de uma revolução no cuidado com a boca. E o Brasil tem participação fundamental no processo. O pesquisador do Centro Interdisciplinar de Terapia Gênica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Sílvio Duailibi, estuda em parceria com cientistas norteamericanos, o uso de células-tronco retiradas de estruturas dentárias germinais para desenvolver uma terceira dentição. "Se tivermos os recursos necessários para investir nas pesquisas, não serão necessários nem cinco anos para que a técnica seja utilizada na população", afirma Sílvio Duailibi. É verdade que o Brasil não poderia ficar de fora de um estudo tão importante. Aqui, 26 milhões de pessoas, 14% da população, já perderam todos os dentes. Além disso, quase 25 milhões de adolescentes nunca foram ao dentista e 45% dos brasileiros não têm acesso regular a escovas de dente. Os números são do primeiro levantamento nacional de saúde bucal, divulgado no ano passado pelo Ministério da Saúde. A pesquisa, que teve os primeiros resultados com células-tronco de ratos referendados pelo meio científico, com a publicação do estudo na imprensa especializada, o Journal of Dental Research (Jornal de Pesquisa Dental), está
respondendo de forma positiva com o uso de células humanas. O material com as cobaias animais rendeu uma patente para a parceria Brasil e Estados Unidos. Os cientistas conseguiram realizar um feito surpreendente: fizeram dentes crescer no abdômen dos animais a partir de um mero punhado de células. A novidade agora é a aplicação cada vez mais próxima da técnica nos homens. É importante ficar claro que a idéia dos pesquisadores não é produzir pessoas com dentes na barriga. "Estamos criando meios de cultivar dentes naturais, que possam substituir funcional e esteticamente os perdidos", explica Duailibi. Uma das grandes vantagens da técnica é o uso de células adultas. Apesar das pesquisas com células-tronco embrionárias terem sido autorizadas no Brasil no início do ano, a aquisição de material de pessoas adultas é ilimitada a pesquisas como essas, onde cada um será responsável pela doação das células para o próprio tratamento.

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