sexta-feira, novembro 18, 2011

MEC reprova 55% das faculdades do Estado

Mais da metade das instituições de ensino superior de Pernambuco (55%) avaliadas pelo Ministério da Educação (MEC) teve baixo desempenho no Índice Geral de Cursos (IGC), indicador de qualidade calculado pelo órgão. Das 71 universidades e faculdades do Estado, 39 ficaram com notas 1 e 2, consideradas insatisfatórias. A escala vai até 5. A Faculdade de Formação de Professores de Serra Talhada, no Sertão, está entre as nove instituições do Brasil com nota 1. Em todo o País, 683 faculdades somaram 1 ou 2 pontos e poderão ter corte de vagas, além de se precisarem se comprometer a melhorar o desempenho.
A maior concentração de notas baixas no Estado está em faculdades localizadas no interior e que têm maioria dos cursos na área de formação de professores. “Acredito que as nossas próximas notas vão melhorar, pois investimos, desde o ano passado, na contratação de professores com mestrado e doutorado e equipamentos de laboratórios. Também realizamos um trabalho de formação dos alunos para que fizessem o Enade”, observa o diretor-presidente da Faculdade de Serra Talhada, Pedro Melo. A instituição tem cerca de 1.200 alunos matriculados e oferece sete graduações.

O resultado do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), o antigo Pro-vão, mede o desempenho dos alunos e é um dos componentes do IGC. O índice avalia os cursos de graduação e obedece a um ciclo de três anos. Na soma da nota para chegar ao conceito, são observados também corpo docente, infraestrutura e organização didático-pedagógica. As notas de três a cinco significam conceito satisfatório e as notas um e dois, desempenho insatis-fatório.

O recém-lançado Programa Universidade para Todos (Proupe), do governo do Estado, vai oferecer seis mil bolsas de estudos nas 13 autarquias municipais este ano. Uma das contrapartidas das instituições ao aderir ao programa é investir 5% do que receber em qualificação docente. “Nossa expectativa é que isso contribua na melhoria da qualidade dos cursos. Foi contratada uma consultoria para aumentar a titulação de professores das autarquias que oferecem licenciaturas. Hoje são 10 doutores. Até 2013 queremos chegar a 30”, explica a gerente de política de ensino superior e pesquisa da Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia, Aronita Rosenblatt.

A diretora-geral da Faculdades Integradas Barros Melo (Aeso), Ivânia Barros, criticou duramente o processo de avaliação do Ministério da Educação. A instituição, localizada em Olinda, recebeu nota 2, embora, segundo a direção, não tenha tido nenhum curso avaliado no ano passado. “É uma incoerência, uma irresponsabilidade por parte do MEC. Eles vieram aqui, avaliaram todos os cursos com ótimas notas, mas o que mais pesa é a nota do Enade, que é feito por alunos sem nenhum compromisso com o resultado da prova”, argumenta. Ivânia Barros Melo diz que a metodologia do IGC é feita para penalizar as instituições. “E para os alunos que apresentam um mau desempenho no Enade não há nenhum tipo de responsabiliza ção. A nota não é sequer divulgada.”

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