A Petrobras está lançando em quatro Estados o Convênio Excelência na Gestão de Investimentos. A iniciativa será implantada nas unidades da Federação onde a estatal constrói novas refinarias e unidades petroquímicas (Pernambuco, Rio de Janeiro, Maranhão e Ceará). A proposta é minimizar os impactos na implantação desses empreendimentos, oferecendo assistência técnica e capacitação. Ontem, a iniciativa foi lançada em Pernambuco, durante evento no Hotel Armação, em Porto de Galinhas.
O gerente executivo de Abastecimento da Petrobras, Francisco Paes, explicou que a empresa vai disponibilizar R$ 60 milhões para investir no convênio nos quatro Estados, ao longo dos próximos dois anos. “Acreditamos que Pernambuco é o Estado que está mais habilitado para receber os recursos num menor espaço de tempo, por conta do grau de maturidade dos projetos”, disse. No Estado, a Petrobras está investindo R$ 31 bilhões na construção da Refinaria Abreu e Lima e na PetroquímicaSuape.
O programa será realizado em parceria com a Caixa Econômica Federal, Fundação Getúlio Vargas (FGV), e Ministério das Cidades. A ideia é viabilizar a implantação de projetos de infraestrutura urbana e social nos oito municípios do Território Estratégico de Suape (Ipojuca, Cabo de Santo Agostinho, Jaboatão dos Guararapes, Moreno, Escada, Ribeirão, Rio Formoso e Sirinhaém).
Na prática, o programa vai auxiliar os municípios a captar recursos federais. “Muitas vezes existem recursos no caixa e os municípios não conseguem garantir por conta da carência de recursos humanos e capacidade de planejamento”, observa o diretor da FGV, César Cunha Campos, reforçando que o convênio vai fortalecer a gestão pública. A Petrobras vai auxiliar na assistência técnica e na elaboração dos projetos conceituais. A estimativa é que o potencial de financiamento de projetos nos oito municípios seja de R$ 711 milhões, “É um cálculo conservador”, afirma Paes, dizendo que acredita em um volume maior demandado pelas cidades.
Apesar do grande número de empregos e do impulso ao desenvolvimento econômico, os grandes empreendimentos também trazem uma série de demandas socioambientais. Juntas, as obras da Refinaria Abreu e Lima e da PetroquímicaSuape somam um exército de 44 mil trabalhadores. Desse total, 40% são migrantes que vieram de outros Estados e incharam a população da região.
Se por um lado a economia cresceu, por outro aumentou a violência, a ocupação urbana desordenada, o consumo de drogas, a degradação ambiental e os problemas de mobilidade. Estudo realizado pela Agência de Planejamento de Pernambuco aponta que Estado, municípios e empresas teriam que investir R$ 10 bilhões no território Suape para garantir o desenvolvimento sustentável na região.
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