segunda-feira, novembro 14, 2011

Reforma ministerial vai sofrer limitações

Com várias demissões de ministros já no seu primeiro ano de governo, a presidente Dilma Rousseff terá agora limites para fazer a ampla mudança que pretendia inicialmente na sua primeira reforma no primeiro escalão. Mesmo assim, ela está disposta a oxigenar a Esplanada dos Ministérios no início de 2012. Além da possibilidade de incorporar à equipe um novo partido, o recém-criado PSD, a presidente estuda extinguir algumas pastas. Estariam na mira os ministérios da Pesca e dos Portos e outras secretarias.
As seis trocas de ministros feitas até o momento diminuíram a margem de manobra de Dilma para fazer a pretendida “dança das cadeiras”, com o objetivo de reduzir o poder dos feudos partidários. Até porque vários dos nomes que deixaram o governo já eram citados anteriormente como fortes candidatos a sair na na reforma ministerial. No critério de mudança, Dilma deve levar em conta os ministros problemáticos, que tiveram desempenho sofrível, e aqueles que perderam sustentação política. Neste último grupo já são apontados nomes como os de Carlos Lupi (Trabalho) e Mário Negromonte (Cidades), enfraquecidos nos seus próprios partidos, respectivamente o PDT e o PP.
Depois da ameaça inicial feita pelo PDT — no rastro das denúncias de irregularidades no Ministério do Trabalho — de que deixaria o governo com uma eventual saída de Lupi, o partido mudou de tom. “Se a presidente Dilma quiser renovar os quadros do seu governo, não haverá problemas. Não teríamos dificuldade de sentar com ela e discutir o novo espaço do PDT”, ressaltou o líder do partido, deputado Giovanni Queiroz (PA).
No PT, também há o reconhecimento de que alguns nomes perderam força, como o da ministra Ana de Holanda (Cultura), que tem sido alvo do “fogo amigo”, e Afonso Florence (Desenvolvimento Agrário) que, para a legenda, tem feito uma gestão apagada. Com o pretexto da desincompatibilização eleitoral de alguns ministros, que devem disputar a sucessão municipal de 2012, Dilma pretende formar uma equipe mais afinada com o seu perfil. Além do ministro da Educação, Fernando Haddad, já escolhido como candidato do PT à prefeitura de São Paulo, também sinalizam com candidaturas os ministros Fernando Bezerra Coelho (Integração Nacional), em Recife, e Iriny Lopes (Secretaria de Mulheres), em Vitória.
Antes mesmo de Dilma iniciar as negociações, já há lobby de partidos, principalmente do PT. Os petistas pressionam pela indicação da senadora Marta Suplicy (PT-SP) para um ministério de visibilidade, depois que ela desistiu das prévias em São Paulo. Um fator novo que será avaliado é o espaço do PSD no governo, o novo partido que já tem a terceira maior bancada. O PMDB já começa um movimento para ampliar espaço, depois que ficou com pastas secundárias no primeiro ano de governo e, principalmente, pelo fato de se comportar como o mais fiel aliado.

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