Os produtores de cacau pelo sistema cabruca poderão manter as plantações nas áreas de preservação permanente (APP) pelo fato dessa produção ter sido considerada de baixo impacto ambiental e de caráter preservacionista no novo Código Florestal, aprovado nesta terça-feira no Senado. A senadora Lídice da Mata defendeu o sistema e fechou um acordo com o relator, Jorge Viana (PT-AC), que resultou na preservação dessa produção nos artigos 3º e 8º do Código.
Considerado um plantio de baixo impacto, por necessitar das árvores nativas para produzir, essas plantações são feitas há mais de 200 anos, principalmente na Bahia e no Espírito Santo. O “cacau cabruca” se caracteriza pelo plantio à sombra das árvores da Mata Atlântica após a mata ser “cabrucada”, em que parte das árvores de menor porte são retiradas para dar lugar ao plantio.
O sistema cabruca vem sendo utilizado há mais de dois séculos e tem diversos aspectos positivos como a conservação da biodiversidade; redução da erosão do solo; manutenção da vazão hídrica;de micro bacias, funcionando nesse caso de maneira semelhante a uma mata; produção de sementes, óleos, resinas, flores e frutos, além de servir como corredor para os animais entre trechos da mata nativa.
O replantio da mata nativa inviabilizaria a produção do cacau de preservar parte das espécies nativas. Atualmente cerca de 80% da produção de cacau é proveniente de cabruca e não haveria mudanças sobre o meio ambiente pelo fato desse cultivo ter as mesmas características de uma mata, além pequenas propriedades.
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