quinta-feira, dezembro 08, 2011

Código Florestal mantém áreas de produção de cacau cabruca

Os produtores de cacau pelo sistema cabruca poderão manter as plantações nas áreas de preservação permanente (APP) pelo fato dessa produção ter sido considerada de baixo impacto ambiental e de caráter preservacionista no novo Código Florestal, aprovado nesta terça-feira no Senado. A senadora Lídice da Mata defendeu o sistema e fechou um acordo com o relator, Jorge Viana (PT-AC), que resultou na preservação dessa produção nos artigos 3º e 8º do Código.

Considerado um plantio de baixo impacto, por necessitar das árvores nativas para produzir, essas plantações são feitas há mais de 200 anos, principalmente na Bahia e no Espírito Santo. O “cacau cabruca” se caracteriza pelo plantio à sombra das árvores da Mata Atlântica após a mata ser “cabrucada”, em que parte das árvores de menor porte são retiradas para dar lugar ao plantio.

O sistema cabruca vem sendo utilizado há mais de dois séculos e tem diversos aspectos positivos como a conservação da biodiversidade; redução da erosão do solo; manutenção da vazão hídrica;de micro bacias, funcionando nesse caso de maneira semelhante a uma mata; produção de sementes, óleos, resinas, flores e frutos, além de servir como corredor para os animais entre trechos da mata nativa.

O replantio da mata nativa inviabilizaria a produção do cacau de preservar parte das espécies nativas. Atualmente cerca de 80% da produção de cacau é proveniente de cabruca e não haveria mudanças sobre o meio ambiente pelo fato desse cultivo ter as mesmas características de uma mata, além pequenas propriedades.

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