O CORAÇÃO que tem batido mais do que apanhado recentemente nem por isso se cansa de sofrer, porque a vitória fácil acostuma mal e perde o valor.
E a decisão do Brasileirão, neste domingo, apontará um pentacampeão indiscutível e limpo, desde que não haja nenhuma lambança de arbitragem nem no Pacaembu nem no Engenhão.
Porque vem de berço, o coração da coluna quer comemorar com a nação corintiana, embora reconheça também razões afetivas para aplaudir o que é menos provável, o título cruzmaltino.
Sim, esta será uma conquista que terá muito a ver com o emocional e com o racional. E dos dois lados. Porque se aos paulistas restou o desafio de segurar a ansiedade e manter o equilíbrio diante da façanha que depende de um empate, aos cariocas falta completar a declaração de afeto irrestrito ao seu treinador convalescente.
E se os corintianos jogaram este campeonato permanentemente com régua e compasso, raramente com sobras, e algumas vezes até deixando faltar, os vascaínos tiveram cabeça para se superar quando nada permitia crer que fosse possível, apesar da recente e desgastante derrota na Copa Sul-Americana.
O Corinthians é melhor tecnicamente e mais forte espiritualmente que o Palmeiras
de hoje. Não tem motivo
algum para temê-lo, só para respeitá-lo.
A busca da taça vitamina muito mais que a galhofa do espírito de porco, embora, é óbvio, a gozação faça parte inseparável do futebol.
O Vasco é ainda bem mais vigoroso, embora cansado, que o Flamengo -que hoje terá a maior torcida de seus mais de cem anos de vida, porque com todos os corintianos a engrossar a corrente rubro-
-negra, a número um do país.
Se Tite teve o mérito de trazer até aqui um time médio, o Vasco tem na dupla Cristovão/Gomes uma motivação que a Gávea desconhece, porque o sentimento em São Januário é verdadeiro, não demagógico ou de autoajuda.
Enfim, qualquer um que seja o campeão terá muito do que se orgulhar.
Mas, para o Vasco, é um prêmio extra, enquanto que para o Corinthians parece obrigação.
Porque o Vasco já conheceu o céu em 2011.
E o Corinthians, o inferno do Tolima.
Se bem que o gol de Adriano contra o Galo,
assim como o de Ruço, contra o Fluminense,
nas semifinais do Brasileirão de 1976, no Maracanã dividido pela Fiel, tenha valido a emoção de uma taça.
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