segunda-feira, dezembro 12, 2011

CRÍTICA: ‘Amor & sexo’ expõe a rigidez de todas as cartilhas


Daniel Boaventura entrou no palco do “Amor & sexo” para, ao sabor das ordens ditadas por uma roleta, encarnar diversos personagens. Numa banca, estavam o rabino Sérgio Margulies, o padre Alessandro Campos e o pastor Marcos Amaral. Cabia a eles julgar cada um dos tipos do ator, que encenou situações relacionadas, claro, ao tema do programa.
O primeiro personagem de Daniel era um rapaz que chegava às vias de fato com uma menina que acabava de conhecer. A pergunta é: você usará ou não camisinha? Boaventura respondeu de bate pronto: “Claro, para me proteger, e para protegê-la também”. Recebeu a aprovação de Fernanda Lima e os “ohs” de reconhecimento da plateia. Só faltou ganhar a estrelinha da professora. Chegou a vez dos sacerdotes. Os três embicaram por circunlóquios até expressar os pareceres mais ou menos esperados, do tipo “não se vai para a cama com uma mulher sem amor, sem conhecê-la melhor” etc.
Durante a noite, houve um ou outro avanço mais “ousado”. Quando instado a falar sobre a possibilidade de um travesti ingressar em sua paróquia, o pastor disse que isso aconteceu no caso de sua comunidade, que acolheu o fiel depois de discutir intensamente que banheiro ele deveria usar. Sobre sexo antes do matrimônio, o rabino disse que nunca perguntou a casais de nubentes se eles “já fizeram o test drive”. Mas que ficaria surpreso se dissessem que não. Os religiosos foram bem, não se furtaram a nenhuma resposta e até se arriscaram levemente. Nada demais.
“Amor & Sexo” surpreendeu, sim, mas não por sua provocação mais óbvia: fazer religiosos falarem de sexo. O programa — intencionalmente ou não — expôs a rigidez da cartilha do senso comum. São muitos os dogmas do bom rapaz: o cara transa no primeiro encontro, e, claro, usa camisinha; se for travesti, divide “com seu bofe” seu desejo de frequentar uma comunidade religiosa, tudo dentro da boa etiqueta; se trair, se arrepende profundamente, porque deseja a monogamia. O mérito de “Amor & sexo” foi tirar o politicamente correto de sua zona de conforto — e fazer com que ele parecesse até um pouco ridículo. Quem é careta aqui? Com essa pergunta, acabou deixando no ar uma outra reflexão.

Globo corta séries, entre elas, ‘A aldeia’
A direção da Globo cortou a produção das minisséries previstas para o ano que vem, alegando questões orçamentárias. Entre os projetos vetados está “A aldeia”, série de Luiz Fernando Carvalho baseada no livro homônimo de Dostoiévski. A notícia gerou uma crise.

...E mais
Carvalho e a direção da Globo ainda estão conversando em busca de um modelo de produção. “A aldeia” teria Fernanda Montenegro e Antônio Fagundes, entre outros, que foram avisados do cancelamento.

PAULO GUSTAVO, entre a produtora de “220 volts”, Iafa Britz, e sua mãe. Dona Dea fez uma participação no programa contracenando com Dona Hermínia, personagem de “Minha mãe é uma peça” inspirada nela

Dercy 1

O longa de Jorge Fernando sobre Dercy Gonçalves está previsto para estrear no cinema em 2013. Jorginho usará o material da minissérie da Globo e acrescentará cenas feitas paralelamente às gravações.

Dercy 2
As cenas com palavrões — fartamente usados por Dercy, quase uma marca registrada dela — serão muito reduzidas na TV, não no cinema. A parceria com a Globo Filmes está praticamente acertada.

Teatro e cinema
Além de protagonizar o musical “Xanadu”, Danielle Winits rodará em fevereiro o longa “Sorte grande”. É uma comédia romântica dirigida por Roberto Santucci, o mesmo de “De pernas pro ar”.

NOTA 10
Para “Força-tarefa”, cada vez melhor. A última edição manteve alto o nível de adrenalina do público, com o bom ritmo obtido pela direção de José Luiz Villamarin. Já Júlio Andrade (que foi o Arturzinho em “Passione”) deu um show.

NOTA 0
Para Susanna Queiroz, do “No caminho”, programa do Multishow. Ela foi a Bali, onde, contou, tinha estado duas vezes. Mas suas frases começava, com “pelo que eu tô entendendo...” ou “parece que...”. Gente, faz pesquisa. (Patrícia Kogut)

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