O Flamengo não depende da Traffic para bancar Ronaldinho e, se preciso, pode assumir sozinho o salário de R$ 1 milhão do craque. Quem garante é o vice financeiro do Rubro-Negro, Michel Levy. O dirigente evoca a grandeza do clube e até cita as palavras do camisa 10 para garantir independência e lembra: há no mercado outras opções de empresas interessadas em assumir a parceria no negócio.
“O Flamengo não é refém de ninguém e nem pode ser. Flamengo é Flamengo, é maior que todos. Não depende de A, B ou C. Se a Traffic sair, temos competência para assumir o negócio sozinho e para procurar novas parcerias”, afirma.
Segundo Levy, a diretoria do clube só vai se posicionar sobre a novela depois que a Traffic tomar uma decisão. A empresa, insatisfeita com a falta de retorno do investimento feito em Ronaldinho, quer garantir outras fontes de receita.
“Temos um contrato com a Traffic. Ela quer a alteração de algumas cláusulas. Só que nós concordamos com algumas. Com outras, não. Ficou um impasse que precisa ser resolvido”, explicou Levy.
Atualmente, a Traffic tem direito ao que exceder R$ 30 milhões em patrocínios de camisa. O clube, porém, não alcançou o valor e, quando fechou com a Procter & Gamble, deixou a parceira fora. A renovação desse contrato e com a Brasil Brokers está em pauta.
O tempo é curto. Dia 3 de janeiro, o grupo se reapresenta para fazer exames médicos. A viagem para Londrina acontecerá no dia seguinte, e Ronaldinho dificilmente embarcará sem que se tenha encontrado uma solução para o problema.
“Não foi um adeus. Estou muito feliz no Flamengo, tenho contrato e espero ficar”, disse Ronaldinho. Ninguém da Traffic foi encontrado para comentar as declarações de Levy.
O camisa 10 não recebe a parte que cabe à companhia há quatro meses, e a dívida já está acumulada em R$ 3 milhões. Pelo acordo inicial, Ronaldinho deveria ganhar R$ 250 mil do Flamengo e R$ 750 mil da Traffic, por mês.
Enquanto a definição não acontece, o telefone do irmão e empresário de Ronaldinho, Roberto Assis, não para de tocar. Apesar disso, ele prefere não revelar a origem das propostas que tem recebido.
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