sábado, dezembro 10, 2011
Inibidores de apetite anfetamínicos já não podem ser vendidos
Desde ontem estão proibidos no país a fabricação, o comércio, a prescrição e o uso de inibidores de apetite do grupo das anfetaminas e seus derivados (femproporex, mazindol e anfepramona).
Também entraram em vigor novas regras para venda da sibutramina.
A polêmica decisão foi tomada em outubro pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que previu 60 dias para que laboratórios e farmácias se adaptassem.
A agência entendeu que não há provas de eficácia do grupo das anfetaminas e que o risco do seu uso supera o benefício.
A sibutramina -proibida nos EUA e na Europa- foi mantida com restrições, apesar de apelos de setores da Anvisa para que a substância fosse banida.
Todos esses remédios agem no cérebro, nos centros que controlam apetite e sensação de saciedade.
Dias depois da decisão, o diretor-presidente da agência, Dirceu Barbano, classificou a venda dos inibidores no Brasil como "abusiva, muito alta, só crescente".
A restrição ao uso dos inibidores foi duramente criticada por entidades médicas. O Conselho Federal de Medicina entrou na Justiça contra a decisão da agência.
FISCALIZAÇÃO
Ontem, Barbano afirmou à Folha que compete às vigilâncias sanitárias locais a fiscalização das novas regras.
Ele disse que a resolução da Anvisa definiu qual é o procedimento a ser adotado pelas farmácias, que não podem mais vender os anfetamínicos desde ontem e devem cumprir novos requisitos na hora de dispensar a sibutramina.
Pela resolução aprovada pela Anvisa, o médico prescritor, o paciente e o farmacêutico devem assinar um termo de responsabilidade que informa as contraindicações da sibutramina, exige a comunicação de efeitos adversos e indica em que casos o uso do produto deve ser interrompido.
Se o paciente não perder ao menos 2 kg nas primeiras quatro semanas de tratamento com a dose máxima permitida, por exemplo, é recomendada a suspensão do uso.
Entre as contraindicações listadas na resolução estão Índice de Massa Corporal menor que 30 kg/m2, diabetes tipo 2 com outro fator de risco, histórico de doença arterial coronariana e transtornos alimentares.
O termo informa, ainda, sobre riscos do uso da sibutramina, destacando que um estudo com 10.744 pacientes com sobrepeso ou obesos apontou um aumento de 16% no risco de infarto, acidente vascular cerebral (derrame) e parada cardíaca em quem tomou o remédio.
A pesquisa foi feita com pessoas que já tinham maior risco cardíaco.
A comercialização da sibutramina, sob a luz das novas regras, deverá ser reavaliada em até um ano pela Vigilância Sanitária.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/saude
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