quinta-feira, dezembro 08, 2011
Marta defende lei anti-homofobia: Jean Wyllys tem má-fé
Criticada por fazer concessões aos segmentos religiosos, a senadora Marta Suplicy (PT-SP) se defende explicando os motivos que a levaram a alterar o texto original do projeto de lei que criminaliza a homofobia (PLC 122/2006). A parlamentar se mostra otimista quanto à aprovação do substitutivo, cuja votação está programada para esta quinta-feira (8), na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado. Relatora do projeto, Marta afirma estar preparada e diz ter convicção da vitória.
Em entrevista a Terra Magazine, a senadora dispara contra o deputado Jean Wyllys (Psol-RJ), coordenador na Câmara da Frente Parlamentar Mista pela Cidadania LGBT, que manifestou insatisfação com as mudanças no texto original. Wyllys chegou a afirmar ao site Mix Brasil que o substitutivo de Marta era "inócuo" e não atendia "às demandas da comunidade gay".
Nitidamente irritada, Marta rebate o que considera uma "má-fé extraordinária".
- Tive que ceder aos acertos. Os acertos criaram coisas que não existem. Hoje, se você for discriminado no trabalho, vai reclamar para o bispo, porque não tem para quem. Se você for chutado na rua e xingado numa fala homofóbica, você não tem como dar queixa, porque não configura em nada e o projeto faz ser apenado. Então, dizer que o projeto é inócuo é de uma má-fé extraordinária. Ele vai acrescentar várias conquistas. Não é o 122 que eu queria, mas é o que é possível - admite.
Em tom de desafio, a senadora mais uma vez critica o deputado Jean Wyllys e o acusa de querer "ter plataforma eleitoral e ser o protagonista ao invés de ajudar".
- Toda a fala dele é em relação ao casamento (entre pessoas do mesmo sexo). Com a união estável aprovada pelo Supremo (STF), ele perdeu um pouco a fala e não consegue coletar as assinaturas da PEC. Então, fica bombardeando o projeto da homofobia que estou fazendo. Isso mostra uma imaturidade enorme, porque o projeto pode passar na Comissão de Direitos Humanos (do Senado), na CCJ (Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania), no plenário e ir para a Câmara. Aí, ele pode ser o relator e usar a grande competência dele para acrescentar tudo que o quiser.
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