terça-feira, dezembro 13, 2011

PF apreendeu propina que era para polícia de SP


A Polícia Federal apreendeu R$ 350 mil que, segundo apontam escutas telefônica autorizadas pela Justiça, serviriam para pagar propina a policiais civis de São Paulo.

"Meu Deus do céu, eu estava contando com esse dinheiro. Tenho que dar 300 mil para a polícia essa semana", afirma João Alves de Oliveira, o Batista, em conversa com o comparsa Euder de Sousa Bonethe, que lhe dá a notícia em 30 de setembro de 2010.

Batista é apontado como o chefe de uma quadrilha internacional de traficantes de drogas que pagava policiais paulistas para evitar que seus integrantes fossem presos.

Relatório da Polícia Federal revelado na sexta pela Folha diz que a quadrilha pagou R$ 3 milhões a ao menos 12 policiais civis do Deic (departamento de investigações criminais) e do Denarc (departamento de narcóticos). Oficialmente, eles ainda não foram identificados.

Os achaques ocorreram, segundo a investigação federal, em pelo menos três ocasiões entre os meses de agosto de 2010 e março deste ano.

A suspeita de extorsão foi classificada como "grave" pelo governador Geraldo Alckmim (PSDB). A Corregedoria Geral da Polícia Civil paulista investiga os crimes.

Bonethe, que nas escutas da PF dá a notícia da apreensão do dinheiro a seu chefe, é conhecido como Primo. Ele é apontado como braço da quadrilha no Nordeste. Ele era o responsável pelo envio dos R$ 349.410 a São Paulo.

Investigações preliminares levaram a PF a um Fiesta Sedan, que acabou interceptado pelos agentes em Milagres, Ceará. Quem dirigia o carro era Antonio Gomes Braga, conhecido como Velhinho.

Velhinho acabou liberado porque, naquele momento, não havia provas de sua ligação com os traficantes.

O dinheiro ficou apreendido porque Velhinho não tinha como declarar sua origem.

No dia seguinte, a PF captou a conversa em que Bonethe dá a notícia a Batista.

A investigação da PF prendeu 105 pessoas, entre eles Batista e Bonethe, e 9 toneladas de drogas. O inquérito foi remetido para a Justiça Federal. A parte que envolve os policiais seguirá para a Corregedoria da polícia paulista.

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