Proibidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os fármacos Cytotec e Pramil, um abortivo e um estimulante sexual, respectivamente, são vendidos à luz do dia na Feira de São Joaquim, à revelia dos órgãos de fiscalização. Na última quarta-feira, 21, A TARDE adquiriu uma cartela de cada produto, a um custo total de R$ 120.
Dissimuladamente, os vendedores desafiam a presença de soldados da Polícia Militar e de fiscais da prefeitura, oferecendo os medicamentos a qualquer frequentador da feira. No caso do Pramil, de mais fácil acesso, os clientes são homens querendo melhorar o desempenho sexual. Os preços dos comprimidos desse produto variam de R$ 3 (a unidade) até R$ 10, uma cartela com quatro unidades. A TARDE comprou oito comprimidos por R$ 20, a um preço de R$ 2,50 cada. A venda ilegal do Cytotec é mais sigilosa. Questionados pela reportagem sobre a disponibilidade do abortivo – cientes do poder destrutivo do medicamento –, os três vendedores interpelados individualmente procuraram se distanciar do público, buscando conversa reservada. “A gente consegue”, disse um deles, ao informar o valor de R$ 30, a unidade do comprimido. A sugestão dos vendedores para garantir eficácia no uso do medicamento é de que sejam adquiridas, pelo menos, quatro unidades.
Um vendedor de aparentes 50 anos, cabelos longos, penteados no estilo rabo de cavalo, informou que o valor do comprimido oscila de acordo com a “lei da oferta e da procura”, como numa espécie de cartel. “Quando as vendas estão boas, o preço cai”, respondeu, sem informar sobre o desempenho das vendas. Com ele, A TARDE obteve quatro comprimidos de Cytotec falsificado, que, após ‘pechincha’ da reportagem, custaram R$ 25, cada, totalizando um gasto de R$ 100.
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