A viúva do milionário da Mega-Sena Adriana Almeida e os outros três acusados da morte de Renné Senna foram absolvidos na madrugada deste sábado. A sentença causou indignação aos presentes no Fórum de Rio Bonito e o MP já avisou que vai recorrer apenas da absolvição de Adriana. A promotora Priscilla Naegelli Xavier disse que se trata de uma decisão majoritariamente contrária às provas reunidas nos autos e por isso vai recorrer.
O PM Ronaldo Amaral, um dos absolvidos, está aliviado: "Estou feliz porque minha inocência foi finalmente provada. Quem me conhece sabe que sou inocente, mas fico triste por tudo que passei, por ter ficado preso injustamente e por todo o sofrimento e humilhação que minha família teve que aguentar', afirmou. Ele vai conversar com seu advogado para ver a possibilidade de mover uma ação contra o estado.
Também inocentada, a personal trainer Janaina Oliviera afirmou que a sensação é de alívio e de vitória: 'A justiça foi finalmente feita. Minha vida recomeça do zero a partir da agora. Só quero comemorar. Já sofri tanto por causa do dinheiro de outras pessoas que não quero pensar em dinheiro agora', desabafou.
Vale lembrar que o MP recomendou a absolvição dos PMs Marco Antônio Vicente e Ronaldo Amaral e da personal trainer Janaína Oliveira e a condenação de Adriana.
Viúva é vaiada
O último dia do julgamento dos acusados de envolvimento no assassinato do ganhador da Mega-Sena Renné Senna começou com uma dura exposição da promotora Priscilla Naegelli Xavier, que falou por cerca de duas horas e meia e pediu a condenação apenas da viúva do milionário, Adriana Almeida, apontada como mandante do crime, como O DIA antecipou nesta sexta-feira. Para a promotora, Adriana, vaiada quando chegou ao Fórum de Rio Bonito, é gananciosa e se relacionou com Renné por dinheiro.
A representante do Ministério Público ressaltou que a viúva busca desqualificar a filha de Renné Senna até mesmo após a morte deste, ao contestar judicialmente a paternidade da jovem.
'Até eu casaria'
Cadê a prova?”. Com esta pergunta, o advogado Jackson Costa Rodrigues, que representa a viúva Adriana Almeida, começou e encerrou a sustentação da defesa da principal acusada. Ele usou uma hora e meia das duas horas a que a defesa dos quatro acusados da morte do milionário tem direito na fase de debates. A estratégia foi continuar acusando a filha do milionário, Renata Sena, a quem chamou de mentirosa. “É uma acusação covarde e infantil. É preconceituosa. Dizem que ela casou com Renné por causa do dinheiro. E se foi? Qual o problema? Daí a matar... é outra coisa... Até eu casaria”, afirmou Jackson.
Defesa acusa filha do ricaço
Diferente do ocorrido em outras intervenções, quando o advogado de Adriana chegou a provocar descontentamento da plateia com a quantidade de perguntas que fazia, desta vez ele prendeu a atenção. Sua linha de defesa, no entanto, foi continuar desqualificando os depoimentos de Renata e dos irmãos de Renné. Jackson chegou a acusar Renata da morte do pai.
A promotora explicou porque pediu a absolvição dos outros três réus. Segundo ela, não há indícios suficientes nos autos para condená-los por envolvimento no crime.
Até o fechamento desta edição, a previsão era de que a sentença fosse proferida durante a madrugada. O júri estava lotado, com fila de espera do lado de fora.
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