segunda-feira, janeiro 09, 2012

Anabolizante ilegal é vendido em Salvador

Um produto de anabolizantes em comprimidos, disfarçado de suplemento alimentar, tem virado febre entre jovens frequentadores de academias de ginástica de Salvador. Mesmo ilegal no Brasil, o M-Drol é obtido pelos usuários de forma clandestina em lojas legalizadas de suplementos alimentares nos bairros nobres da capital baiana.
Foi o que flagrou A TARDE durante a última semana de 2011. A reportagem adquiriu, por um custo total de R$ 400, dois frascos da mercadoria ilegal em dois estabelecimentos comerciais. O primeiro foi no shopping Paseo, no Itaigara. Inaugurada em julho, a loja Nutribox é especializada em suplementos alimentares para ganho e perda de peso. Nas prateleiras, há uma variedade de produtos importados que chegam a custar até R$ 250.
Mas para uma clientela mais específica – normalmente jovens ávidos pelo aumento rápido da massa muscular – a loja oferece produtos anabólicos, que não estão expostos nas prateleiras. É o caso do M-Drol, que tem registrado uma demanda regular, como atesta o vendedor Alexandre Andrade, que atendeu a equipe de reportagem. “Você não encontra ele em qualquer lugar, mas eu consigo aqui, porque tem uma grande clientela da gente que sempre quer”, afirmou o atendente, que se disse nutricionista.
A venda não se dá de forma imediata e o produto não chega a ser oferecido espontaneamente ao cliente. É necessário mostrar interesse pelo uso de anabolizantes. Antes de chegar ao M-Drol, o vendedor mostrou um leque de suplementos alimentares considerados eficientes para o aumento mais rápido da musculatura.
Somente após a equipe de reportagem enfatizar a necessidade de acelerar a aquisição de músculos e citar o produto como referência – inclusive falando sobre a chegada do verão, quando garotos exibem corpos supermusculosos pelas praias da capital – o atendente não titubeou em anunciar que a casa tinha o M-Drol à disposição, embora tenha feito ressalvas sobre a toxidade da substância.
A embalagem com 90 comprimidos foi retirada de uma gaveta do balcão de atendimento, onde havia outros exemplares do produto. A partir de então, o vendedor não mostrou qualquer constrangimento em comercializar um produto ilegal, como ele admitiu. “É difícil de encontrar porque o laboratório que produzia já fechou. Quem pegou, pegou. Quem não pegou, se deu mal. E ele não é permitido no Brasil”.

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