domingo, janeiro 15, 2012

CRÍTICA: ‘Dercy de verdade’ - Por Patrícia Kogut

Exibida semana passada na Globo, a microssérie “Dercy de verdade” contou, em quatro episódios, a longa história da comediante que marcou o teatro e a televisão brasileiros. O formato foi parecido com o de “Dalva e Herivelto”, também de Maria Adelaide Amaral. Talvez pela intensidade dramática de Dalva de Oliveira, a brevidade do programa não prejudicou aquela série, exibida ano passado. No caso de “Dercy” foi diferente. O espectador ficou com uma impressão de ter acompanhado uma história hiper-resumida, espremida num tempo insuficiente para construir uma curva de emoção. O ritmo acelerado comprometeu até mesmo algumas sequências com os palavrões da notória desbocada comediante. Eles às vezes pareciam gratuitos, encaixados propositalmente porque sem palavrão não seria Dercy. Maria Adelaide, uma roteirista da melhor qualidade, precisaria dispor de cenas mais longas, e de um enredo mais detalhado.
A trama a jato também sofreu com as investidas da direção (de Jorge Fernando) em numerosas variações estilísticas: imagens em preto e branco, arquivo, narração (feita por Fafy Siqueira) e ficção. Além disso tudo, houve um momento-metalinguagem, com a equipe de gravação chegando à cidade natal de Dercy, com registros dos caminhões e técnicos.
“Dercy de verdade” teve, entretanto, inúmeros pontos positivos, a começar por um elenco sem erros. Heloísa Périssé aproveitou muito bem a oportunidade de viver uma figura rica, polêmica, querida do Brasil. Se entregou ao papel e mostrou uma dimensão do seu talento para além da comédia que o público não conhece tão bem. Fernando Eiras, primeiro marido da personagem, se destacou como Pascoal. Fafy Siqueira, não à toa, surgiu num palco e dona da cena: ela fez Dercy em “Dalva & Herivelto” com a maior competência. Cássio Gabus Mendes, um dos grande atores de sua geração, fez bonito como o protetor da comediante e pai de sua filha. Rosi Campos também brilhou.
“Dercy de verdade” lucrou ainda com fotografia, cenários e figurinos caprichados. Pena que uma história tão cheia de potencial tenha passado tão depressa.

Bruna Linzmeyer está escalada para 'As brasileiras'
Bruna Linzmeyer, que foi a Leila em “Insensato coração”, estará em “As brasileiras”, coprodução da Globo com a Lereby, de Daniel Filho. A história da personagem de Bruna será ambientada em Diamantina, Minas Gerais.

Reencontro
Sérgio Malheiros deixou a Record ano passado. Agora voltou para a Globo e estará em “Marias do lar”. Ele foi convidado por Denise Saraceni, que o dirigiu também em “Da cor do pecado”. Naquela novela, ele, ainda criança, viveu Raí. Sérgio hoje tem 19 anos.

Participação
Bruna Di Tulio foi escalada para a novela “Máscaras”. Ela fará uma cantora nos primeiros oito capítulos.

Teatro
Otávio Martins vai dirigir Marcelo Airoldi no teatro em “Pessoas absurdas”, texto do inglês Alan Ayckbourn.

Prato
A chef Carla Pernambuco gravará a segunda temporada do “Brasil no prato”, do canal Bem Simples.

Barulhinho bom
Giovanna Antonelli, mãe de três, quer mais um. “Ainda pretendo engravidar”, promete. “Quando chego em casa e escuto o barulhinho dos meus filhos, é o som da felicidade”. Ela tem toda razão.

Biografia
Roteirista do “Domingão do Faustão”, Cleodon Coelho está escrevendo a biografia de Marcos Paulo. No livro, as fotos de uma campanha de moda estrelada por ele e por Sandra Bréa, nos anos 70.

Diretor
Bruno de Luca assinará pela primeira vez a direção do “Vai pra onde?” em parceria com Jorge Nassaralla. O apresentador gravou sozinho a nova temporada na Austrália.

NOTA 10
Para a ideia de apresentar os participantes do “BBB” já rotulados na estreia do programa. A esta altura do campeonato — a 12 edição —, a roteirização tem mesmo que ficar cada vez mais presente. Ela funciona muito bem no programa.

NOTA 0
Para o fato de o SBT dedicar as suas tardes a um festival de reprises. “Marimar”, “Fascinação” e “Pícara sonhadora” ocupam um tempão da grade da emissora, que poderia dedicar esse preciso espaço a produções mais atraentes.

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