terça-feira, janeiro 10, 2012

MEC cogita erro de digitação em revisão de nota do Enem 2011

O Ministério da Educação (MEC) admitiu um possível erro de digitação na revisão da nota de uma candidata ao Exame Nacional de Ensino Médio (Enem). Em um dos casos mais discrepantes, a estudante carioca Bianca Peixoto teve três notas diferentes atribuídas ao seu texto: 800, pelo primeiro corretor, 0 pelo segundo e 440 pelo supervisor de correção (em um máximo de 1.000). Graças a uma liminar concedida pela Justiça Federal no Rio, ela teve acesso à redação e redigiu um recurso com ajuda de dois professores, enviado ao MEC por email.
No último sábado, Bianca recebeu uma resposta do MEC com informações conflitantes: no terceiro parágrafo, informa-se que "a nota atribuída ao participante pelo corretor-supervisor foi de 680" e, no quinto, que "a observação dos critérios (...) mostra a justeza da pontuação do corretor supervisor, 440".
Também por email, a assessoria de imprensa do MEC disse que "pode ter sido um erro de digitação, e a nota dela é 440 e está mantida". No entanto, segundo Diogo Rezende, advogado de Bianca, o 3º Juizado Especial Federal mandaria intimar o MEC para correção da nota.
— O juiz deu prazo de 24 horas para o MEC corrigir a nota para 680 sob pena de multa — disse Rezende.
Enquanto isso, a estudante continua aflita, sem uma definição sobre sua nota. Candidata a uma vaga em Medicina, ela diz que sempre tirou boas notas em redação:
— Estou muito chateada, chorei muito quando soube que a nota havia sido mantida. A argumentação do MEC é muito incoerente, pois julgaram minha redação inteira apenas pelo primeiro parágrafo — lamenta Bianca.
A pedido d’O GLOBO, um professor de redação que é corretor do Enem 2011 corrigiu a redação de Bianca e atribuiu uma nota de 720.
— Li a redação e apliquei a grade de acordo com o treinamento que recebi do próprio CESPE/UnB. Fiz questão de ser rigoroso na correção, e a nota dela, na pior das hipóteses, receber 720, mas também poderia dar 800 tranquilamente. O corretor que deu 0 só leu o primeiro parágrafo — disse o corretor, que não pode se identificar por ter assinado um termo de sigilo. — Apesar de em alguns momentos o parecer justificar com alguma pertinência a nota de 440, a atribuição dos pontos não condiz em nada com a grade que deveria ser, de fato aplicada. É muito revoltante!

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