Pavuna ganha arena cultural com programação de shows de samba

A cada movimento do trator, Fátima Gomes, de 52 anos anos, vislumbra um novo futuro para o bairro onde criou seus dois filhos. Diante do movimento dos operários, o estudante Yago Delfino, de 11 anos, vê sua musa cada vez mais perto. O menino sonha com o dia em que Ivete Sangalo vá levantar poeira na sua Pavuna. Cada um com um olhar e um sonho, moradores das ruas ao redor da Praça Enio assistem aos últimos retoques na Arena Carioca Jovelina Peróla Negra, um grande espaço para shows, peças e até cinema ao ar livre, que será inaugurado amanhã.
— Nós viemos aqui confirmar o que nos contaram. Agora posso dizer que moro no Bairro Maravilha. Ficamos orgulhosos — festeja Fátima.
Amanhã, às 10h, quem comanda a festa é o Cordão da Bola Preta. Depois, tem Gigantes da Lira e atividades infantis. Sábado, às 19h, serão exibidos filmes da Escola de Cinema de Nova Iguaçu. E, domingo, às 19h, tem show de Tia Surica da Portela com sua banda. A partir do dia 24 de fevereiro, exceto segunda-feira, haverá atividades de colônia de férias, das 14h às 17h. A programação atende à principal queixa dos moradores: a falta de atividades voltadas para crianças no bairro.
Instalada em uma área de 1.680 metros quadrados, a arena terá, no primeiro andar, arquibancada para 180 pessoas retrátil (recolhida nas apresentações para o público em pé). As paredes do fundo do palco, instalado em um dos vértices da estrutura, são reversíveis: elas se abrirão nos dias de apresentação ao ar livre. Um clima de Broadway no coração da Zona Norte do Rio.
— Além da climatização, a arena tem tratamento acústico e capacidade para receber qualquer show ou peça de teatro. Vamos levar cultura a um bairro carente de boas opções de lazer — comemora o presidente da Riourbe, empresa responsável pela obra, Armando Queiroga.
A capacidade da arena é para 330 pessoas sentadas ou 800 em pé. O mezanino é equipado com arquibancadas. No terraço, atrações são o bar e a vista panorâmica. Filmes serão projetados num telão.
— Já estava na hora — comemora Yago, doido para levantar poeira.