quinta-feira, janeiro 12, 2012

Pentágono critica vídeo de americanos urinando em talibãs


Um vídeo de supostos soldados americanos urinando nos corpos de talibãs foi fortemente condenado nesta quinta-feira no Afeganistão, atiçando as tensões no momento em que os rebeldes anunciaram a continuação da Jihad (guerra santa), apesar das perspectivas de negociações de paz com Washington.
Este vídeo amador, filmado depois de uma operação no Afeganistão, mostra quatro homens vestidos com uniformes americanos se divertindo enquanto urinam sobre três corpos ensanguentados, conscientes de que estavam sendo filmados por uma outra pessoa.
Em reação à divulgação do vídeo, o secretário americano de Defesa, Leon Panetta, lamentou o comportamento dos quatro militares apresentados como marines (fuzileiros).
"Vi as imagens e considero o comportamento absolutamente lamentável", afirmou em um comunicado o chefe do Pentágono.
Mesmo sem a autenticidade comprovada, o vídeo provocou a ira do presidente afegão, Hamid Karzai, que se disse "profundamente chateado com esta profanação dos corpos de três afegãos por soldados americanos" e pediu ao governo americano "a punição mais severa para os culpados".
A força da Otan no Afeganistão (Isaf) denunciou um "ato desrespeitoso cometido por um pequeno grupo de indivíduos americanos, que certamente não servem mais no Afeganistão e que desonram os sacrifícios e os valores centrais de cada membro representando as cinquenta nações da coalizão".
Já os talibãs denunciaram um "ato bárbaro e selvagem". "Nos dez últimos anos, houve centenas de atos parecidos que não foram revelados", afirmou à AFP um dos seus porta-vozes, Zabiullah Mujahed.
O corpo de marines dos Estados Unidos anunciou na quarta-feira a abertura de uma investigação sobre essas imagens, que lembram o escândalo de Abu Ghraib em 2004, quando as imagens de prisioneiros iraquianos humilhados por militares americanos rodaram o mundo.
Vários casos semelhantes de supostas profanações por soldados (casos de exemplares do Alcorão jogados em latrinas, por exemplo) e a publicação por jornais ocidentais de caricaturas de Maomé causaram nos últimos anos revolta no Afeganistão, desencadeando manifestações violentas. (JB)

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