O governo brasileiro pediu ajuda à polícia peruana para enfrentar as quadrilhas que exploram o tráfico de pessoas na fronteira Norte do país. O ministro interino da Justiça, Luiz Paulo Barreto, alertou que, além de haitianos, grupos menores de muçulmanos, incluindo afegãos, já entraram no Brasil pelo mesmo esquema, operado pelos "coiotes" mexicanos, conhecidos no país por introduzir ilegalmente brasileiros e outros imigrantes pela fronteira dos Estados Unidos.
Barreto explicou que a atuação dessas quadrilhas na fronteira brasileira foi rastreada pelo serviço de inteligência da Polícia Federal e confirmada pelos próprios imigrantes:
- Os mexicanos oferecem a passagem ainda no Haiti. Pelo que apuramos, cobram de US$2 mil a US$5 mil aos interessados.
Ao contrário dos haitianos, que estão recebendo vistos humanitários, o governo age com rigor contra o tráfico de muçulmanos. Nos últimos dias, cerca de 100 deles, entre paquistaneses, indonésios e afegãos, foram deportados. Luiz Paulo Barreto disse que, para tentar burlar a polícia de fronteira, eles alegaram que pretendiam trabalhar com o abate halal, obrigação imposta a frigoríficos brasileiros que exportam carne para países árabes.
- Os frigoríficos, de fato, chegaram a contratar trabalhadores especializados no abate halal, mas não os grupos que chegaram recentemente. Eles queriam apenas um pretexto para entrar - disse Barreto, que é representante do Ministério da Justiça no Comitê Nacional para os Refugiados (Conare).
Nenhum comentário:
Postar um comentário