sexta-feira, janeiro 13, 2012

Silicone opõe pacientes e médicos ao governo

A decisão do governo brasileiro de não garantir a substituição das próteses de silicone da francesa PIP e da holandesa Rofil que ainda não se romperam assusta pacientes e preocupa médicos. Enquanto as autoridades de saúde francesas e alemãs recomendam que todas as pacientes sejam operadas - como orientou a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética -, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) decidiu que o SUS vai pagar a troca apenas das próteses que se romperem. A Sociedade Brasileira de Mastologia alertou que os implantes apresentam um índice de ruptura sete vezes maior que os demais.
- O SUS não tem dinheiro para pagar remédio para todos, como vai pagar essas cirurgias caríssimas? Eles fizeram isso para encobrir a incompetência da Anvisa - diz André Luiz de Miranda Barbosa, cirurgião plástico e professor da Faculdade de Medicina de Santo Amaro.
A advogada Erika Rucker, de 26 anos, tem próteses PIP desde 2009 e já decidiu trocar os implantes por conta própria, mesmo que eles não se rompam. Ela disse que, desde que as notícias da fraude surgiram, não dorme mais de bruços, receia exercitar a parte superior do corpo e só tira o sutiã para tomar banho. Tudo com medo de um problema sério ocorrer:
- Só o fato de ter silicone industrial dentro de mim já caberia um processo, porque não corresponde ao que comprei. Até pretendia processar a Anvisa, mas não vou fazer porque a Justiça Federal não anda. Acho um absurdo, a fiscalização tem que ser feita pelo menos todo ano. Todos têm culpa.

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