domingo, janeiro 22, 2012

Transplante de até oito órgãos será feito no país

Está quase tudo pronto para que o Brasil faça seu primeiro transplante multivisceral. Dois hospitais paulistanos (Albert Einstein e Hospital das Clínicas) já receberam sinal verde do Ministério da Saúde para realizar a cirurgia em que até oito órgãos são transplantados de uma vez para o corpo do paciente.
"É como pegar um carro velho e trocar o motor inteiro." A analogia feita pelo cirurgião brasileiro Rodrigo Vianna, que dirige o maior centro de transplante multivisceral do mundo, em Indianápolis (EUA), ilustra a complexidade da operação.
O transplante envolve "a troca" de intestinos, estômago, fígado e pâncreas -às vezes, é necessário substituir rins e baço. "Vai depender da extensão da doença."
Nos EUA, a cirurgia é feita há uma década e pode custar US$ 1 milhão. Leva de oito a 12 horas e envolve uma equipe de 25 profissionais.
O paciente fica, em média, três semanas no hospital. As chances de rejeição (não necessariamente de perda do órgão transplantado) no primeiro ano variam entre 20% e 30%. E a taxa de sobrevida chega a 90% nos melhores centros norte-americanos.
Estima-se que ao menos 400 brasileiros necessitem desse tipo de transplante. Nos últimos anos, ao menos cinco fizeram a cirurgia no exterior e acionaram, judicialmente, o governo ou os planos de saúde para o reembolso das despesas.
Numa primeira fase, o Ministério da Saúde autorizou 20 cirurgias experimentais, dez no HC e dez no Einstein. Para o HC foram liberados R$ 2 milhões. O Einstein fará os transplantes por meio do seu programa de filantropia.

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