Dentro de 10 meses, quem circular nos aeroportos de Guarulhos (SP), Campinas (SP) e Brasília deverá estar em território privado. Em leilão realizado ontem, na Bolsa de São Paulo, foi aberto o maior programa de concessão de terminais do país, que arrecadou em um só dia R$ 24,5 bilhões. Consórcios formados por empresas brasileiras e operadoras estrangeiras vão assumir a gestão (conheça os grupos na página ao lado). Com isso, o governo espera que os três terminais – por onde passam 30% dos passageiros e 57% da carga do país – recebam R$ 2,8 bilhões em investimentos até a Copa de 2014 e mais R$ 13,4 bilhões em 30 anos.
Embora quatro grupos que administram os 30 maiores aeroportos do mundo estivessem concorrendo, os três vencedores do leilão não estão nesse time. Até 4 de maio, devem ser assinados os contratos dos novos concessionários. A Agência Nacional da Aviação Civil (Anac) deve homologar os resultados até 20 de março. O prazo é para julgar recursos das empresas perdedoras e apresentação de garantias das vencedoras.
A partir daí, haverá uma transição de seis meses, prorrogável por mais seis, durante a qual a concessionária administrará o aeroporto com a Infraero. Depois, assumirá as operações, e a Infraero manterá 49% dos terminais. Especialistas avaliam que mudanças no atendimento, na estrutura e nas tarifas serão sentidas pelo usuário apenas daqui a dois anos. A Anac garantiu que não haverá aumento de tarifas ao consumidor.
– Termina uma etapa, começa outra. Temos de fazer agora que ocorra a administração eficiente dos três aeroportos – comentou a presidente Dilma Rousseff.
Há outros leilões pela frente, mas o Aeroporto Salgado Filho, de Porto Alegre, não tem previsão de ser privatizado. O governo tende a passar para empresas privadas terminais do Galeão (RJ), de Confins (MG), de Manaus (AM) e de Guararapes (PE), segundo especialistas. O interesse privado revelado no leilão de ontem – com 11 consórcios participantes e ágio de 347% – poderá acelerar o processo.
– O governo se saiu bem nos leilões: além de levantar uma montanha de dinheiro, garantiu infraestrutura para a Copa. A pressão por novas concessões será forte – prevê Nicolau Gualda, professor do Departamento de Engenharia de Transportes da Escola Politécnica da USP.
O anúncio de novos leilões poderá ocorrer em março.
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