Artilheiro do Carioca sonha em jogar no Flamengo

Nem Fred, nem Loco Abreu, tampouco Ronaldinho Gaúcho. O artilheiro do Campeonato Estadual, até agora, é o pouco badalado Rômulo, do Friburguense. Com sete gols em seis jogos, o atacante de 20 anos lidera o tricolor da Serra na boa campanha que o time faz no ano de sua volta à elite do futebol do Rio. O Friburguense contabiliza 10 pontos no Grupo B — o mesmo de Vasco e Fluminense —, e Rômulo sabe que vai precisar usar seu faro de gol no sábado, às 19h, contra o Volta Redonda, quando a equipe pode garantir vaga nas semifinais da Taça Guanabara.

— Estou curtindo o momento. Principalmente, porque via pela TV vários atacantes que estão abaixo na artilharia e sonhava ser como eles — conta o camisa 9, que, nas divisões de base, jogava como meia e foi alçado ao posto de atacante pelo técnico Gérson Andreotti no início da temporada.
Natural de Itaocara, no nordeste fluminense, Rômulo saiu de casa aos 17 anos para morar na concentração do Friburguense. A convivência com os pais — a funcionária dos Correios Mônica Cabral e o vendedor Marciel Castro — ficou rara: neste ano, por exemplo, a primeira vez que viu a família foi no último sábado, quando marcou o gol da vitória sobre o Americano, dedicado ao pai.
— Minha mãe me contou que virei celebridade em Itaocara. Todos perguntam quando vou voltar para dar autógrafos — brinca o tímido atacante, que, apesar do aumento do assédio, não dá bola para as Marias Chuteiras. — Já tenho namorada, a Nayara.
A carreira de Rômulo começou a deslanchar no ano passado, quando foi emprestado para o Botafogo para disputar o Torneio Octavio Pinto Guimarães. Jogou quatro jogos pelo Glorioso e fez um gol. No entanto, foi na disputa da Série B do Estadual que o atacante viveu seu momento mais marcante até agora: o gol que sacramentou a volta do Friburguense à 1 Divisão, na vitória por 1 a 0 sobre o Sendas, hoje Audax.
— Foi um dos dias mais felizes da minha vida, principalmente depois da tragédia das chuvas. Vários amigos meus ficaram sem casa — lembra o jogador, que, com um salário de R$ 1,5 mil, já se permite sonhar: — Gostaria de jogar no Flamengo, ao lado do Ronaldinho Gaúcho. Entrar em campo com a torcida do Flamengo vibrando na arquibancada deve ser maravilhoso.