Dois casais e quatro crianças deixaram o prédio da Assembleia Legislativa nesta segunda, 06. Conforme o tenente-coronel Márcio Cunha, oficial de comunicação da 6ª Região Militar, "todos saíram espontaneamente". Na saída do segundo casal, que estava com três crianças, por volta de 21h, houve gritos de protesto dos manifestantes contra os militares do Exército. "Essas pessoas foram acolhidas, aceitaram nosso lanche e foram para casa com o próprio carro (um GM Corsa), apesar de oferecermos transporte. Elas também foram examinadas e estão bem de saúde", completou Cunha.
Pela tarde, Waldemar Oliveira, coordenador do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente Yves de Roussan (Cedeca-BA), esteve reunido com os grevistas. Segundo ele, uma liminar concedida pelo juiz Aldenilson Barbosa dos Santos, do Plantão Judiciário, determina a retirada das crianças do prédio.
"Não acredito que eles cumpram a liminar. Mas Prisco (Marcos Prisco, que chefia o motim na Assembleia) disse que se os pais concordarem, as crianças podem sair de lá. Aquele ambiente é inóspito e traumatizante para as crianças. Já estão sem luz, água e ainda terão que enfrentar a falta de comida. Isso é uma praça de guerra. A presença delas lá não contribui em nada para a greve", advertiu Waldemar Oliveira.
Diante das ameaças de invasão de tropas das forças federais na Assembleia Legislativa, foi o Ministério Público baiano (MP-BA) que solicitou liminar para que fossem retiradas as crianças que estão expostas às situações de risco eminentes no local que vive tensão permanente.
“Ao tomar conhecimento das condições em que as crianças estão submetidas, o Ministério Público entrou com um pedido de uma cautelar inominada, solicitando a retirada das crianças do Centro Administrativo da Bahia (CAB)”, afirmou a promotora de Justiça da Infância e Juventude Mônica Barroso.
A ordem, então, foi deferida pelo juiz Adenilson Barbosa dos Santos. Desde que as tropas chegaram, nesta segunda pela manhã. ao Centro Administrativo diversas entidades que atuam com a promoção dos direitos da infância reuniram-se para criar medidas que auxiliem os filhos e mulheres grávidas dos militares que estão no local desde o início da ocupação, dia 31 de janeiro.
Noêmia de Paula, do Conselho Tutelar de Narandiba, contou que também está tomando as providências necessárias para a proteção das crianças expostas no local.
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