sexta-feira, fevereiro 03, 2012

Escândalo, demissão e videotape

O delegado Onofre de Moraes, 55 anos, não suportou a pressão e entregou, na manhã de ontem, o cargo de diretor-geral da Polícia do Distrito Federal ao governador Agnelo Queiroz (PT). Em um vídeo divulgado na noite de quarta-feira e gravado em junho de 2011, o policial aparece fazendo críticas ao petista e outros personagens da política brasiliense. Nas imagens, Onofre diz que Agnelo sairia no camburão da Polícia Federal e que teria feito esquemas durante a carreira pública. O vídeo foi divulgado no blog do jornalista Edson Sombra um dia depois de o Correio publicar uma entrevista exclusiva em que o então diretor desafiava o blogueiro.
A crise envolvendo Onofre teve início no último dia 24, quando o delegado aposentado Durval Barbosa prestou depoimento à Polícia Federal. Segundo o delator da Caixa de Pandora, Onofre teria oferecido R$ 150 mil para que Sombra deixasse de publicar críticas à atual gestão. Na entrevista ao Correio, o ex-diretor negou as acusações e disse se tratar de retaliação a uma investigação aberta pela Delegacia de Crimes Contra a Ordem Tributária (DOT) contra a Babytour Agência de Viagens, Turismo e Representação Ltda., empresa da mulher de Sombra, Wânia Luzia de Souza. Onofre desafiou o jornalista a publicar os vídeos. "Só saio da direção-geral por determinação do governador ou morto", disse o delegado na noite de quarta-feira, antes da divulgação das imagens.
Logo depois das declarações, Sombra divulgou o vídeo que compromete o ex-diretor. As imagens foram veiculadas em primeira mão no site do Correio, na madrugada de ontem. Apesar de afirmar não ter visto a gravação, o governador aceitou o pedido de demissão de Onofre.

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